Uma solução eficaz para apagar tatuagens na pele pode estar no próprio corpo humano.
É o que indica uma descoberta feita por cientistas franceses quase acidentalmente, já que esse não era o objetivo principal da pesquisa. Hoje, aqueles que desejam apagar os desenhos na pele têm poucas opções – basicamente tratamentos com raios laser que não são totalmente eficazes e, em geral, bastante dolorosos, avança a BBC.
Os macrófagos fazem parte do sistema imunológico e estão nos nossos tecidos.
Essas células são capazes de ingerir e destruir bactérias e células danificadas a partir de um processo chamado fagocitose. E, de acordo com pesquisas recentes, os macrófagos são atraídos pela ferida que dá lugar à tatuagem e “comem” os pigmentos de tinta como fariam com um agente a ser eliminado.
Apesar de, inicialmente, as tatuagens durarem para sempre, o mesmo não acontece com as células que contêm seus pigmentos. Ao morrer, os macrófagos deixam como “herança” os pigmentos, que são então incorporados por uma nova célula.
Assim, a tinta das tatuagens é mantida por uma sequência infindável: quando um dos macrófagos morre e libera os pigmentos de cor, outro aparece semanas depois e ingere o material.
“O fato de um macrófago suceder o outro explica por que as tatuagens ficam na pele”, explica Sandrine Henri, uma das cientistas do Centre d’Immunologie de Marseille-Luminy que participou no estudo, publicado este mês no Journal of Experimental Medicine.
Mas se esse processo é interrompido a tempo, as células que substituem aquelas mortas não conseguem capturar os pigmentos da tatuagem. “Isso aumenta a possibilidade de que o sistema linfático se desfaça das partículas da tinta da tatuagem”, explica Henri.
Assim, a manipulação desse processo poderia ser associado ao uso de raios laser – que são capazes de matar células na pele. Henri e sua equipe trabalham agora no desenvolvimento de um método que iniba o trabalho de algumas células do sistema imunológico e dos macrófagos.
Ciberia // ZAP