O Ministério Público (MP) de São Paulo discordou da conclusão do relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O relatório do Cenipa confirmou que o helicóptero que caiu em 2 abril de 2015 na Grande São Paulo, matando o filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e mais quatro tripulantes, estava com componentes desconectados no momento da queda.
Para a promotora do caso, Sandra Reimberg, não seria possível a aeronave decolar sem que as peças estivessem conectadas.
“Eu não concordo com a conclusão de que a aeronave estava com aqueles elementos desconectados antes da decolagem”, disse ao G1.
Segundo o engenheiro aeronáutico Shailon Ian, a análise das pás, feita pelo Cenipa, vai revelar se elas se desprenderam da aeronave. “Em 16 anos, eu nunca vi uma pá principal se desprender”, observou.
Thomaz Alckmin, que tinha 31 anos e sabia pilotar, o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34, morreram no acidente com o helicóptero da Seripatri.
Vídeos com a decolagem e queda da aeronave foram analisados pelo MP, que conta com um corpo de cinco assistentes técnicos.
“Não é provável que o helicóptero tivesse alçado voo com os componentes apontados não conectados da maneira como manda o manual”, reforçou Sandra no blog da Promotoria de Justiça de Carapicuíba. “Qualquer opção e enroscamento incorreto e/ou precário não permitiria o voo na forma como ocorreu”.
O relatório do Cenipa, órgão vinculado à Aeronáutica, foi divulgado em primeira-mão na quarta-feira (13) pelo Bom Dia São Paulo, da TV Globo.
Ele confirma parecer da Força Aérea Brasileira (FAB) de junho de 2015 e da própria Polícia Civil, em inquérito de 2016, que haviam componentes apontados como “fundamentais” para o controle da aeronave durante o voo, estavam desconectados antes da decolagem.
O relatório também destaca que a rotina de trabalho da equipe de manutenção sofria várias interferências e interrupções, além do acumulo de funções, que impediram que o mecânico identificasse e corrigisse os problemas apresentados na aeronave.
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