Uma criança de oito anos morreu na Argentina depois de uma ameba ter consumido parte de seu tecido cerebral. Acredita-se que a ameba tenha chegado à Argentina devido às mudanças climáticas globais.
A ameba é um microrganismo que entra no corpo humano pelo nariz com o intuito de se reproduzir nos tecidos nasais. Quando fica sem espaço, o parasita invade os nervos responsáveis pelo olfato, chegando assim ao cérebro, onde invade as membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central.
A criança morreu em fevereiro de 2017, mas o caso só foi divulgado agora. De acordo com o Observador, que cita o jornal Clarín, essa é a primeira vítima mortal na Argentina de meningoencefalite amebiana primária.
A meningoencefalite amebiana primária é uma infecção provocada pela ameba da espécie Naegleria fowleri, conhecida como “ameba come-cérebros”. O parasita se aloja no organismo e causa meningite e encefalite muito graves.
A criança foi infectada depois de ter nadado na lagoa Mar Chiquita, centro-norte do país vizinho. Os sintomas se manifestaram ao fim de poucos dias. O menino começou por sofrer de febre, dores de cabeça e vômitos, intolerância à luz e aos ruídos e, mais tarde, manifestou sinais de meningite.
À medida que a doença foi avançando, começou a ter falhas respiratórias e a manifestar sinais de degradação das capacidades sensitivas e a ter convulsões. A criança argentina acabou falecendo entre cinco a sete dias depois de ter contraído o parasita.
De acordo com Patricia Barisich, diretora do Hospital Abraham Piñero de Junin, esse “é um caso isolado, esporádico, não há um padrão de epidemia de frequência”. Segundo o Relatório Epidemiológico de Córdoba, citado pelo mesmo jornal, quando o parasita Naegleria fowleri infecta as pessoas, provoca a morte em 97% dos casos.
A doença tem um alto grau de mortalidade. Os EUA registraram 129 casos entre 1962 e 2013, e só duas pessoas sobreviveram.
O parasita em causa se encontra em cursos de água doce infectados, vive em lagos e rios, águas geotermais, águas residuais ou em piscinas que não são tratadas com cloro. Ainda assim, como só se costuma desenvolver melhor em águas com temperaturas amenas que não ultrapassem os 46º C, é quase impossível encontrá-la em águas frias e sobrevive pouco tempo em águas quentes.
Dado que a ameba só costuma infectar o corpo humano se entrar pelo nariz em altas pressões, o relatório explica que nadar horizontalmente, mesmo em águas contaminadas, constitui uma menor probabilidade de contrair a doença.
Ciberia // ZAP