Um bebê de um ano e meio, que sofria de uma doença neurológica, morreu na quarta-feira (7), no Rio de Janeiro, depois de a médica que foi prestar socorro se recusar a fazê-lo porque supostamente já estava no fim do turno.
Segundo o jornal O Dia, Breno Rodrigues Duarte da Silva, o bebê vivia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro e estava com uma gastroenterite. Por isso, os pais decidiram chamar uma equipe médica para prestar auxílio.
A médica responsável se dirigiu ao condomínio, mas, ao contrário do que seria suposto fazer, não entrou no edifício e se recusou a prestar socorro à criança, que sofria de uma doença neurológica. A profissional alegou que já estava no fim do turno.
O sistema de vigilância da residência mostra a médica a chegar na ambulância, rasgar alguns papéis e ir embora. Uma hora e meia depois, o menino faleceu.
“Eu estava ligando de dez em dez minutos para saber da ambulância. Quando chegou, às 11h, meu filho já tinha morrido”, afirma Rhuana, a mãe da criança, ao G1.
“O sentimento é de tristeza porque a gente lutou pelo nosso filho que é especial. Foi um ano e meio lutando para que ele ficasse com a gente. E a gente vê o descaso de uma profissional que devia ter atendido e a gente perdeu nosso filho”, disse Felipe, pai do menino.
“Ela simplesmente abandonou o atendimento, a técnica em enfermagem que acompanhava a ambulância tentou convencê-la a subir, mas ela ficou em frente ao prédio, como se tivesse em surto. Não posso dizer que ela se negou, porque ela pode dizer que passou mal, que aconteceu algo com ela. Ela tem que esclarecer. É uma situação que nos entristece muito”, afirmou Orlando Rubens Lisboa Corrêa, presidente da Cuidar, empresa que prestou o serviço.
Além disso, o responsável nega que a médica estivesse no fim do seu turno, revelando até que estava precisamente a começar. “Ela começou às sete da manhã o plantão. Se não era o primeiro, era o segundo atendimento dela. Estava próximo do condomínio e chegou com rapidez”, disse ao Dia, confirmando ainda que os documentos rasgados pela médica eram da solicitação do atendimento.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) já abriu um inquérito para apurar a assistência médica prestada à criança. A ”Cuidar Emergências Médicas” já enviou todas as informações sobre a profissional e o atendimento que não foi concluído. O Cremerj lamenta a morte do bebê e afirma que investigará minuciosamente o caso.
Entretanto, os pais já fizeram uma queixa na polícia, que também já abriu uma investigação para apurar as circunstâncias em que o bebê morreu depois de não ter sido socorrido. Os agentes analisaram as imagens das câmaras de segurança e disseram que há indícios dos crimes de homicídio culposo e supressão de documento.
O próximo passo das investigações será ouvir o porteiro do condomínio, o motorista da ambulância e a própria acusada.
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