Cientistas da NASA fotografaram estranhos padrões circulares no meio do Ártico que parecem buracos no gelo, onde as temperaturas são abaixo do ponto de congelamento mesmo nos dias mais agradáveis. Isso significa que há um mistério para desvendar.
A agência espacial norte-americana sobrevoa as regiões árticas e antárticas da Terra há uma década, numa tentativa de entender as ligações entre os sistemas climáticos e observar o efeito do aquecimento global em alguns dos lugares mais frios do planeta.
As missões têm um nome digno de um filme do James Bond: Operation IceBridge, ou, em tradução livre, Operação Ponte de Gelo, explica o Washington Post.
A última pesquisa intensiva de seis meses nos dois hemisférios usa o conjunto mais sofisticado e inovador de instrumentos científicos existentes, incluindo altímetros a laser, tecnologia LIDAR e satélites da NASA.
Ainda assim, os cientistas não têm uma explicação científica oficial para o fenômeno bizarro visto recentemente. “Vimos essas características circulares por apenas alguns minutos”, disse John Sonntag, cientista da missão, que captou a imagem acima.
Sonntag tirou a fotografia no dia 14 de abril, enquanto a Operação IceBridge pilotava um avião de pesquisa P-3 sobre uma parte do Mar de Beaufort, que os cientistas não exploravam desde 2013.
Parecem três buracos no meio do gelo, mas como?
Não contentes em manter a perplexidade para si, o pessoal da NASA apresentou a foto ao público, como o “Puzzler” de abril deste ano. O “Puzzler” é uma competição mensal da NASA que pede para qualquer um descrever um misterioso objeto retratado.
A postagem não menciona que nem mesmo os cientistas da NASA podem resolver a questão, no entanto.
O público ofereceu algumas ideias interessantes. Por exemplo, os buracos podem ser remanescentes de meteoritos ou talvez lagos salgados. No entanto, os especialistas têm outra opinião.
Segundo o geofísico Don Perovich, o gelo dessa região é “provavelmente fino, macio, mole e um pouco flexível”. Isso significa que buracos podem ocorrer naturalmente, conforme corpos de água mais quentes alcançam a área, derretendo o gelo do mar, como sugere Chris Shuman, glaciologista do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA.
Ou talvez focas tenham se aproveitado do gelo macio para fazer buracos que lhes permitam respirar onde as fissuras no gelo não ocorrem naturalmente.
Walt Meier, cientista do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA, disse que as características circundantes, aquelas áreas mais claras de gelo ao redor dos buracos, “podem ser devidas a ondas de água que lavam a neve e o gelo quando as focas mergulham pelos buracos”.
Ciberia // HypeScience / ZAP