Nova técnica de estímulo cerebral pode ajudar pessoas com Parkinson

(dr) baycrest.org

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Acredite se quiser: cientistas conseguiram mover os bigodes, as orelhas e uma pata de um rato utilizando apenas eletrodos na parte externa da cabeça do animal. Caso tudo ocorra conforme o previsto, o novo método poderá estimular partes profundas do cérebro sem cirurgia, o que pode ser muito útil para pessoas com condições neurológicas como Parkinson, depressão ou epilepsia.

O cérebro tem regiões localizadas próximas ao crânio e regiões mais profundas, como o córtex motor, responsável pelo controle dos movimentos. Até o momento, a única maneira viável de estimular essas regiões dentro do cérebro era através de cirurgias para a implantação de eletrodos, mas a partir de agora tudo pode mudar.

Em um estudo publicado na revista Cell, uma equipe de cientistas do Massachusetts Institute of Technology encontrou uma maneira de evitar as cirurgias e estimular o córtex motor pelo lado de fora.

Para isso, a equipe aproveitou o modo como os neurônios processam sinais elétricos. Para quem não sabe, as células nervosas são ativadas quando recebem sinais de baixa frequência, mas algo interessante acontece se dois sinais de alta frequência, como 3.000 hertz e 3.001 hertz, são enviados.

De acordo com os cientistas, quando as duas frequências se encontram na região desejada, os neurônios interpretam a diferença como uma onda de baixa frequência.

Ao que tudo indica, essa técnica permite estimular apenas uma parte do cérebro sem que todas as outras recebam interferência. E foi exatamente isso o que os cientistas fizeram. Depois de calcular as frequências certas para atingir o córtex do motor, eles conseguiram fazer um rato movimentar suas orelhas, bigodes e uma pata.

Para os cientistas, a técnica poderá ajudar seres humanos com certas condições. Em doenças como Parkinson, por exemplo, o córtex motor envia e recebe sinais elétricos anormais, fazendo com que as pessoas tenham tremores e o enfraquecimento dos seus músculos.

Com a estimulação tradicional, o eletrodo implantado no cérebro bloqueia esses sinais anormais, o que ajuda a controlar os tremores por até cinco anos. Com a nova técnica, não invasiva, pode ser que no futuro os médicos sejam capazes de estimular o cérebro humano por um curto período de tempo, garantindo efeito para toda a semana.

Infelizmente ainda há muitas questões que precisam ser esclarecidas, já que ainda não se sabe qual é a precisão do novo método.

Além disso, uma das principais questões é a segurança dos pacientes, pois, apesar dos testes iniciais não terem prejudicado os animais, não se sabe os efeitos em seres humano, afinal, diferentes pessoas podem responder às frequências de formas variadas.

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