Um novo estudo divulgado pela Union of Concerned Scientists nesta terça-feira (25) afirma que as viagens feitas em carros de apps como o Uber e o Lyft foram responsáveis por um aumento de 69% nos níveis de poluição climática, em média. Acontece que nas cidades essas viagens normalmente substituem as de baixo carbono, como transporte público, ciclismo ou caminhada.
O relatório aponta que as empresas de viagens particulares poderiam reduzir essas emissões com um esforço mais concentrado para eletrificar sua frota de veículos ou incentivar os clientes a fazerem passeios em grupo.
Mesmo assim, o estudo afirma que, sozinhas, essas estratégias não abordariam as preocupações crescentes de congestionamento. “Para que os passeios contribuam para melhores resultados climáticos e de congestionamento, as viagens devem ser combinadas e elétricas e incentivar modos de baixas emissões, como transporte de massa, ciclismo e caminhada”.
É uma tarefa difícil, mas tanto a Uber quanto a Lyft e outras empresas do setor mostraram vontade de reduzir suas emissões de carbono. Até agora, seus métodos incluem a introdução de serviços de compartilhamento de bicicletas e scooters, agendamento e emissão de bilhetes de transporte público integrados em seus respectivos aplicativos e programas de incentivo para que os motoristas mudem para carros elétricos.
Apesar desses esforços, a maioria das viagens que acontecem nas plataformas da Uber e da Lyft são feitas em veículos a gás. As empresas tentaram promover viagens em grupo, mas os clientes demonstraram relutância em compartilhar suas viagens, e os serviços de compartilhamento de bicicletas e scooters estão sujeitos aos regulamentos e condições locais do mercado.
Ao The Verge, um porta-voz da Uber disse o seguinte: “Queremos que o Uber faça parte da solução para lidar com as mudanças climáticas, trabalhando com as cidades para ajudar a criar um futuro de transporte com baixo carbono. Para desbloquear as oportunidades que temos para reduzir as emissões, continuaremos investindo em produtos e advogando políticas que reduzam a posse de carros, promovam viagens mais comuns e apoiem uma maior adoção de bicicletas, scooters, veículos ecológicos e o uso de transporte público”.
Enquanto isso, um porta-voz da Lyft aponta o relatório como enganoso.
“Este relatório, como muitos outros, faz alegações enganosas sobre o compartilhamento de carros. A Lyft incentiva o uso de viagens compartilhadas, foi a primeira empresa a colocar informações de transporte público em nosso aplicativo e, no ano passado, fez uma das maiores implantações isoladas de veículos elétricos no país. Estamos ansiosos para continuar esse trabalho em parceria com as cidades, para avançar no transporte compartilhado e sustentável”.
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