A Coreia do Norte lançou, na manhã desta sexta-feira (15), um míssil que sobrevoou o Japão, anunciou o Governo japonês.
O míssil sobrevoou a ilha de Hokkaido, no norte, às 7h06 desta sexta (horário de Tóquio, 19h em Brasília), informaram as autoridades japonesas, indicando que o sistema de aviso J-Alert foi acionado em várias regiões do norte do arquipélago.
Minutos antes da posição do executivo japonês, a agência de notícias sul-coreana, Yonhap, tinha afirmado que Pyongyang lançou um míssil não identificado.
O Japão já condenou fortemente a Coreia do Norte pelo míssil lançado que sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido, anunciou o porta-voz do governo nipônico.
“O Japão não vai tolerar estas provocações e protestamos fortemente contra a Coreia do Norte”, advertiu o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, salientando a vontade de “responder de forma adequada, juntamente com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros países interessados” ao ato de Pyongyang.
Depois do lançamento, Tóquio e Washington acordaram exercer uma “visível pressão” sobre Pyongyang após o lançamento do míssil. O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, conversou ao telefone com o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, para analisar e estudar uma resposta conjunta ao novo míssil.
Ambos concordaram em trabalhar com a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU para “conseguir a plena aplicação” do novo pacote de sanções, aprovado na segunda-feira (11) por unanimidade, segundo o chefe da diplomacia nipônica à imprensa local.
“Exerceremos máxima pressão sobre a Coreia do Norte até conseguirmos que mostre um claro compromisso rumo à desnuclearização e se sente à mesa das negociações”, acrescentou.
Tanto Kono como Tillerson conversaram ainda com a ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, para coordenar a posição trilateral e promover “medidas mais poderosas e eficazes” contra Pyongyang através de todos os canais possíveis, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, informou Seul.
Após analisar o disparo, Tóquio concluiu que se tratou de um míssil de alcance médio Hwasong-12, o mesmo modelo que a Coreia do Norte disparou no dia 29 de agosto e também sobrevoou território japonês, pela primeira vez desde 2009.
O projétil percorreu 3.700 quilômetros antes de cair em águas do Pacífico, a leste da ilha de Hokkaido, no norte do Japão.
O míssil superou assim a distância percorrida por modelos similares usados nos dois testes anteriores, mostrando ter capacidade suficiente para chegar à ilha de Guam, que acolhe importantes bases navais dos Estados Unidos, assinalou Itsunori Onedera.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, já se pronunciou pedindo “uma resposta mundial” contra a Coreia do Norte na sequência do novo disparo que qualificou de “imprudente violação das resoluções da ONU“.
“O disparo do míssil da Coreia do Norte é uma nova violação das resoluções das Nações Unidas” que impedem a Coreia do Norte de aperfeiçoar armamento, escreveu Stoltenberg no Twitter.
O secretário-geral da Aliança Atlântica acrescenta que se trata de uma “grande ameaça à paz e à segurança internacional que exige uma resposta mundial“.
Novo míssil é “sinal de frustração”, diz Austrália
O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, defendeu que o último míssil lançado pela Coreia do Norte figura como “um sinal de frustração” face às recentes sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.
“Isto é outro ato perigoso, imprudente e criminoso por parte do regime da Coreia do Norte que ameaça a estabilidade da região e do mundo e que condenamos totalmente”, afirmou Malcolm Turnbull ao canal Sky News da televisão à cabo da Austrália.
O primeiro-ministro australiano reiterou que se o regime de Pyongyang “quer desencadear uma guerra na península coreana ou atacar os Estados Unidos ou um dos seus aliados, estaria escrevendo uma carta suicida“.
Ciberia // ZAP