Um pai e a madrasta perderam a guarda de dois de seus cinco filhos depois que divulgaram vídeos no YouTube nos quais faziam “pegadinhas” com as crianças.
Eles mantinham um canal no YouTube, o DaddyOFive (Pai de Cinco, em português), no qual divulgavam filmes dos trotes que pregavam nos filhos – muitos deles terminavam as crianças aos prantos.
Num dos vídeos, o casal diz ao caçula, Cody, de 9 anos, que ele seria adotado por outra família e filma a reação do garoto.
Mike e Heather Martin, de Maryland, nos Estados Unidos, negaram que os vídeos sejam abusivos. Eles alegam que a maioria deles é falsa – que as pegadinhas seriam, na verdade, encenadas.
A mãe biológica, Rose Hall, recuperou a guarda de duas das crianças.
“Emma (de 12 anos) e Cody estão comigo, tenho a guarda emergencial. Eles estão bem”, disse Hall, em um anúncio postado no YouTube, ao lado de seu advogado. “Eles estão voltando a brincar”.
“Fiquei com o coração partido e perturbada ao ver meus filhos serem abusados”, disse ela.
O defensor dos Martins, por sua vez, se recusou a comentar o caso. “Toda informação será apresentada à corte no momento oportuno”, disse.
Em um dos vídeos mais controversos, Tim e Heather espalham tinta pelo chão do quarto do caçula Cody e o xingam, responsabilizando-o pela bagunça.
Cody aparece chorando compulsivamente nas imagens gravadas pelos próprios pais. Em outra pegadinha, destroem o Xbox de Cody com um martelo.
“Vídeos falsos”
Os vídeos postados pelo casal já foram apagados. Apenas um – um pedido de desculpas postado em 22 de abril – está disponível para acesso.
O canal tem mais de 760 mil assinantes. Segundo a imprensa americana, estima-se que o casal ganhava entre U$ 200 mil e U$ 350 mil por ano com publicidade veiculada no DaddyOFive.
As acusações de abuso infantil nos vídeos começaram a pipocar online através de internautas e youtubers. Uma petição no site Change.org para que a família fosse investigada pelos serviços de proteção à criança em Maryland reuniu mais de 19 mil assinaturas.
Em entrevista à rede americana ABC, Mike e Heather Martin disseram: “A gente fazia pegadinhas, mas, na maioria das vezes, as crianças sabiam e elas eram planejadas”.
A investigação de abuso está em andamento.
// BBC