Ondas eletromagnéticas superpotentes são descobertas na maior lua de Júpiter

NASA / Wikimedia

Júpiter e suas luas

Pesquisadores europeus descobriram ondas eletromagnéticas “extraordinariamente” poderosas em torno da maior lua de Júpiter, Ganimedes. Estas ondas são 1 milhão de vezes mais poderosas do que a média.

A descoberta foi feita por astrônomos que têm estudado registros antigos da nave espacial da NASA Galileu que orbitou em torno de Júpiter entre 1995 e 2003.

Estão em debate ondas de plasma, a matéria que se encontra ao redor de planetas como a Terra e Júpiter. Entre estas, há as “ondas de coro”, um tipo de onda de rádio que ocorre a frequências muito baixas e que provocam a aceleração de elétrons no plasma.

São as “ondas de coro” que originam as auroras polares que se veem no Ártico e na Antártida.

“As ondas de coro têm sido detectadas no espaço em torno da Terra, mas não são, nem de perto, tão fortes como as ondas em Júpiter”, refere um dos coautores da pesquisa, Richard Horne, da British Antarctic Survey, em declarações ao Gizmodo.

As ondas electromagnéticas têm, geralmente, uma amplitude um pouco maior do que a do campo magnético produzido pelo cérebro humano. Contudo, em torno de Ganimedes, os picos das ondas chegam a ser superiores em 1 milhão de vezes, atestam os astrônomos no artigo científico publicado na Nature Communications.

“Mesmo que apenas uma pequena parte dessas ondas escape da vizinhança próxima de Ganimedes, elas seriam capazes de acelerarem partículas até intensidades muito altas de energia e, em última análise, produziriam elétrons muito rápidos dentro do campo magnético de Júpiter”, destaca Richard Horne.

Estas ondas poderosas podem assim produzir elétrons capazes de danificar naves espaciais.

“É uma descoberta muito interessante e fascinante“, atesta o pesquisador que liderou a pesquisa, Yuri Shprits, do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências e da Universidade de Potsdam, na Alemanha, também em declarações ao Gizmodo.

Quanto às causas para estas ondas electromagnéticas especialmente potentes, o fato de o campo magnético de Júpiter ser o maior do Sistema Solar, 20 vezes mais forte do que o da Terra, pode ser uma explicação, mas Shprits informa também como variável o ambiente de intensa radiação do planeta. “Só por ter um objeto com uma magnetosfera em um ambiente de radiação podem se produzir essas ondas fortes”, explica o cientista.

Ganimedes intriga os cientistas há muito tempo – a lua de Júpiter é maior que Mercúrio e acredita-se que teria um oceano interior. A descoberta destas ondas superpoderosas em torno dela podem ajudar a entender melhor como as partículas são aceleradas no espaço.

Ciberia // ZAP

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