Foi identificado na tênue atmosfera de Io a emissão de acetona, monóxidos de dissulfur (principal responsável pela cor avermelhada) e monóxido de carbono.
No Sistema Solar, além da Terra, o único mundo que apresenta atividade vulcânica é Io, a lua mais interna entre as quatro luas Galileanas e a quarta maior entre todos os satélites naturais do nosso sistema. Estima-se que Io tenha cerca de 400 vulcões ativos e, através do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), um grupo de astrônomos da Índia detectou gases vulcânicos em sua fina atmosfera.
Os vulcões de Io são causados por conta das forças de marés pela presença do gigante gasoso Júpiter, além de outras luas próximas, como Europa e Ganimedes — esse “cabo de guerra” mantém o interior do satélite aquecido e bem dinâmico. Sua coloração varia entre o amarelo, laranja, vermelho e branco, produzidos por elementos que são expelidos pelos vulcões e que caem na superfície da lua, como dióxido de enxofre e outras variações químicas de enxofre.
A equipe de astrônomos, através das observações feitas pelo ALMA, analisou os dados interferométricos de alta resolução — esta é uma técnica que combina a luz recebida por diferentes instrumentos para alcançar uma alta precisão de leitura do objeto observado. A partir daí, foi identificado na tênue atmosfera de Io a emissão de acetona, monóxidos de dissulfur (principal responsável pela cor avermelhada) e monóxido de carbono. Os pesquisadores explicam que a formação de acetona na atmosfera da lua é desconhecida, mas a detecção através de espectroscopia indica que pode existir uma grande quantidade de compostos de metano.
Apesar da alta resolução dos dados obtidos pelo ALMA, para saber exatamente como se formam e de onde surgem estes elementos, a equipe diz ser necessário que estudos mais abrangentes sejam feitos. Uma coisa é certa: a fina camada atmosférica de Io é o resultado dos gases liberados pela grande atividade vulcânica.
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