Um novo documentário intitulado “Os amantes e o déspota” revelou gravações de áudio do ex-líder norte-coreano Kim Jong-il, nas quais ele critica o seu povo e fala abertamente sobre suas frustrações com a propaganda e a produção de filmes no país.
Segundo informa a CNN, as gravações foram feitas secretamente pela atriz Choi Eun-hee e pelo cineasta Shin Sang-ok, que supostamente foram capturados pelo regime de Kim Jong-il em 1978 e forçados a produzir filmes que deveriam competir nos cenários internacionais.
Nos anos 50, Sang-ok, um dos mais famosos cineastas sul-coreanos, se tinha apaixonado e casado com sua estrela, a bela Choi Eun-hee. Eram considerados o casal maravilha da indústria cinematográfica sul-coreana.
Os dois sul-coreanos conseguiram escapar da Coreia do Norte e, em 1985, deram as fitas para o Departamento de Estado dos EUA.
“Por que todos os nossos filmes têm as mesmas tramas ideológicas? Não há nada de novo neles. Aqui, as pessoas têm a mente muito fechada“, diz Kim Jong-il, que se considerava um cinéfilo, em uma das gravações.
Pai do atual líder, Kim Jong-un, o Querido Líder da Coreia do Norte também brinca com sua baixa estatura. “Olhe para mim… Eu não sou pequeno?”, diz ele.
David Straub, responsável pela Coreia do Norte no Departamento de Estado norte-americano durante aqueles anos, reconhece que ficou “perplexo” quando teve acesso ao material.
“Horas e horas de gravações de Kim Jong-il conversando com relativa liberdade seriam um triunfo inesperado da inteligência para o governo dos Estados Unidos, já que nunca o havíamos escutado falar antes, e muito menos em privado”, diz ele.
Especialistas dos EUA acreditam que as fitas podem até ajudar a lançar luz sobre o atual líder norte-coreano Kim Jong-un, filho do Querido Líder.
Kim Jong-il morreu em 2011.
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