Carles Puigdemont, presidente destituído da Generalitat, defende outro referendo na Catalunha, desta vez para catalães decidirem se querem ligação ao “clube de países decadentes”, que seria a União Europeia (UE).
Nas sondagens, a lista de Puigdemont, a Junts per Catalunya, surge em quarto lugar nas intenções de votos da população catalã. No mesmo dia, o ex-presidente volta a atacar Madrid e desta vez também União Europeia.
Em entrevista a Henrique Cymerman, jornalista luso-israelita, para o canal Kan 11, replicada pelo La Vanguardia, Puigdemont referiu-se à União Europeia como um “clube de países decadentes, obsolescentes, no qual poucos ordenam, ainda por cima com ligações a interesses econômicos cada vez mais discutíveis”.
A UE “do senhor Juncker e do senhor Tajani” é “tão insensível ao atropelo dos direitos humanos, dos direitos democráticos de uma parte do território só porque uma direita pós-franquista tem interesse que seja assim”, considerou.
Carles Puigdemont considerou-se europeísta e a favor da moeda única, mas diz estar aflito de tal modo com Bruxelas que defende ouvir a opinião dos catalães sobre a possível saída do espaço político comum.
“Os espanhóis e os europeus dizem que estaremos fora da UE, mas quem deve tomar essa decisão são os cidadãos da Catalunha, assim como os outros cidadãos da Europa deveriam tomá-la livremente. Vamos ver o que as pessoas da Catalunha dizem“, declarou.
A declaração unilateral de independência, proclamada no dia 27 de outubro, afinal, “não é a única solução”: “Talvez possa ser um Estado que tenha uma relação confederal, federal, associado a Espanha ou independente”.
Puigdemont explica que “não teve outra opção” porque o governo central se recusou a reconhecer o problema catalão criado em 2010 com o veto do novo estatuto autônomo pelo Tribunal Constitucional, a pedido do Partido Popular de Mariano Rajoy. “Não é aceitável que se negue o problema”.
Sobre os desenvolvimentos da consulta popular sobre a independência da região, o nacionalista revelou que sua família tem recebido ameaças de morte.
Ciberia // ZAP