Os atletas que participam dos Jogos Olímpicos de Tóquio e que são testados positivo para a Covid-19 são submetidos a um regime de quarentena rigoroso, com confinamento total. Alguns dos esportistas estão reclamando do sistema e exigindo mais tempo ao ar livre.
Todos os atletas participantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio passam por exames diários e, caso apresentem resultados positivos para o coronavírus, devem ser isolados ou hospitalizados. No entanto, a organização olímpica holandesa denunciou, na terça-feira (27), as condições impostas a seis membros de sua delegação, confinados em “quartos muito pequenos“, sem ventilação e sem acesso à luz do dia.
Em um vídeo postado no Instagram nesta quarta-feira (28), a skatista holandesa Candy Jacobs, 31 anos, afirmou que continua apresentando resultado positivo oito dias após o início de sua quarentena. “Precisamos de ar livre (…). As janelas estão fechadas, as portas nunca abrem. Isso não está correto“, criticou.
Confinados cada um em seu quarto, os holandeses só podem sair para buscar comida, que é “a mesma todos os dias“, reclamou lutadora de taekwondo Reshmie Oogink.
Ela também postou um vídeo no qual mostra um espantalho sentado em sua cama, improvisado com seus pertences e equipamentos esportivos. “Novo detido na prisão olímpica”, ironizou na legenda da postagem no Instagram.
Diante da situação, os seis atletas holandeses confinados decidiram fazer uma mobilização em protesto. O grupo ficou, imóvel, durante mais de 7 horas no saguão do hotel. Depois do ato, eles conseguiram a autorização para ficar 15 minutos por dia com uma janela aberta, informou a skatista.
Nesta quarta-feira, a imprensa anunciou a existência de um sétimo caso positivo na delegação da Holanda. A pessoa infectada faria parte do corpo técnico da equipe de remo.
Até agora, 169 casos de Covid-19 foram testadas positivo entre as dezenas de milhares de pessoas envolvidas nos Jogos Olímpicos, entre atletas e equipes da organização.
Aumento de casos em Tóquio
Apesar das restrições impostas pelas autoridades japonesas, com competições realizadas sem torcida nas arquibancadas e sem presença de turistas aglomerados nas ruas, já que o país está praticamente fechado para estrangeiros, o número de casos de coronavírus vem aumentando na capital.
Tóquio registrou mais de 3 mil infecções pela primeira vez nesta quarta-feira (28). O número recorde confirma uma aceleração da pandemia na cidade.
A governadora da região de Tóquio, Yuriko Koike, pediu que a população evite deixar suas casas, restringindo as saídas que não sejam indispensáveis. “Quero que os jovens se vacinem. O comportamento deles é crucial”, completou a governadora. Apenas 25% da população foi totalmente imunizada até agora no país.
O Japão foi relativamente poupado desde o início da pandemia, com pouco mais de 15 mil mortos de Covid-19 contabilizados desde o início de 2020. Nenhuma medida de lockdown generalizada foi imposta até então, pois o país não dispõe de um aparato jurídico que autorize confinar a população. Mas com o estado de urgência sanitária, declarado em Tóquio pela quarta vez no início de julho, a venda de álcool já está limitada e os horários de abertura de bares e restaurantes são restritos.
// RFI