O enorme sarcófago preto encontrado em Alexandria foi finalmente aberto e o mistério foi desvendado. Nem maldição nem restos mortais de Alexandre, o Grande. Na verdade, o túmulo tinha três múmias e água de esgoto.
O misterioso e enorme túmulo foi descoberto no início do mês e, desde então, multiplicaram-se especulações sobre o que estaria lá dentro.
O sarcófago de 30 toneladas foi datado pouco depois da morte de Alexandre, o Grande, que conquistou a região em 332 a.C., e, por isso, alguns pesquisadores acreditavam que pudesse conter os restos mortais do rei da Macedônia. Outros acreditavam que a abertura do túmulo selado há mais de 2 mil anos podia trazer uma maldição mortal.
Na verdade, o túmulo “escondia” três múmias envolvidas em água de esgoto. O líquido deve ter se infiltrado, acelerando o processo de decomposição dos corpos. Segundo o Ministério de Antiguidades do Egito, estes corpos podem pertencer a soldados.
“Encontramos os ossos de três pessoas. Infelizmente as múmias não estavam nas melhores condições, apenas restam os ossos”, afirmou Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, citado pela BBC.
Waziri descansou ainda todos aqueles que acreditam que ao mexer em um túmulo são amaldiçoados. “Abrimos o sarcófago e, graças a Deus, o mundo não caiu nas trevas. Fui o primeiro a colocar toda a minha cabeça dentro do sarcófago e aqui estou eu diante de vocês. Estou bem”, assegurou.
A análise dos restos mortais ainda está em andamento, mas os resultados iniciais revelaram que um dos corpos encontrados sofreu um golpe de uma flecha. O sarcófago não tem qualquer frase gravada, o que dificulta a identificação das múmias encontradas.
Além disso, os especialistas explicaram que não é certo que artefatos encontrados no sarcófago ou vestígios – caso existam – tenham sido enterrados juntamente com os esqueletos. Podem ter sido, por exemplo, arrastados com as águas dos esgotos. Quando a descoberta do túmulo foi anunciada, foi também encontrada junto ao túmulo uma cabeça de alabastro de um homem.
Novos mistérios
A abertura do túmulo não respondeu a todas as perguntas. Pelo contrário, há agora inúmeras questões em aberto. Todos queremos saber quem são essas pessoas, o motivo de terem sido enterrados em um túmulo tão grande – o maior encontrado até agora –, quem os matou e como a água suja conseguiu se infiltrar.
Após a morte de Alexandre, o Grande, o Egito foi governado durante séculos por uma linha de faraós descendentes de um dos generais de Alexandre. Uma vez que, a última faraó da dinastia, a rainha Cleópatra VII, se matou em 30 a.C. e o Império Romano tomou o Egito.
Esses faraós estiveram envolvidos em inúmeras guerras e conflitos e, por isso, é possível que os três esqueletos encontrados no sarcófago tenham sido mortos em batalha. A idade exata das múmias ainda não é clara.
Também não se sabe o motivo de os esqueletos terem sido sepultados em um túmulo tão imponente. No entanto, explica Waziri, no antigo Egito, não era incomum que um sarcófago fosse reutilizado.
Nessas situações, os corpos dos antigos ocupantes eram removidos e os novos eram colocados lá dentro. Se isso aconteceu com esse sarcófago, ainda ninguém sabe.
Os restos mortais encontrados serão analisados para se tentar responder a todas estas perguntas. Posteriormente, serão transferidos para o Museu Nacional de Alexandria.