Para o sargento José Ricardo Moreira da Silva, a música tem o poder de “abrir novos horizontes”, especialmente para aquelas pessoas cujas oportunidades de expandir seus horizontes são limitadas, como as crianças e adolescentes da Vila Kennedy, comunidade localizada na zona oeste do Rio.
Em 2015, ele recebeu a missão de montar uma orquestra na comunidade, a fim de encurtar a distância entre os moradores e a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do local.
As aulas são ministradas no Teatro Mário Lago, vizinho à sede da UPP. Atualmente, cerca de 90 crianças e adolescentes fazem parte da primeira orquestra da favela, segundo informações do jornal EXTRA.
O programa é dividido em aulas teóricas, lecionadas às segundas e terças-feiras, de manhã e de tarde, e práticas, realizadas às sextas-feiras. Qualquer pessoa pode participar – moradores de outras comunidades são bem-vindos – e não há limite de idade.
A ideia da orquestra foi do agitador cultural Binho Cultura e do capitão Carlos Pimenta Jr., subcomandante da Companhia de Músicos da Polícia Militar. Silva era a pessoa ideal para tocar o projeto, pois estudou em escola pública e entrou na PM com o desejo de fazer ações sociais com a música.
Os 50 músicos que hoje compõem a orquestra são formados pelo sargento Silva, com a colaboração do soldado Thiago Brito Corrêa, que garante: o regente não faz o estilo “sargentão”, pelo contrário, é um “amigaço” dos seus pupilos.
Essa amizade foi construída com o tempo. A desconfiança dos alunos, pelo fato do professor usar uma farda da Polícia Militar, foi ficando para trás com a convivência diária, sem queimar etapas: cada um respeitando o espaço e a vivência do outro.
A orquestra toca Mozart, mas também toca Anitta e Maiara e Maraisa. Mais do que uma orquestra, eles podem dizer que são uma família.
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