Ativar o que se chama sistema imunológico comportamental põe uma trava na vida amorosa, revela uma nova pesquisa.
Há cerca de uma década, psicólogos evolucionistas sugeriram que os humanos tinham desenvolvido uma primeira linha de defesa contra doenças, que seria o sistema imunitário comportamental, ou BIS.
A teoria afirma que perceber, correta ou incorretamente, a ameaça de doença inconscientemente ativa esse sistema. Apesar de não conseguirmos ver os micro-organismos a olho nu, somos capazes de identificar pistas, como resfriados, odores desagradáveis, ou lesões, que apontam para a possível presença de agentes patogênicos, estejam ou não presentes ou se representam ameaças reais à saúde.
Os cientistas sugeriram que a ativação desse sistema imunológico conduz a atitudes e comportamentos prejudiciais relativos àqueles que apresentam “pistas” superficiais, que podem ser conotadas como doenças.
Mas como isso pode afetar a nossa vida amorosa, quando duas necessidades competem uma contra a outra, ou seja, o potencial benéfico de ligação e de encontrar um parceiro compete com a necessidade de proteção de doenças?
Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, decidiram descobrir a resposta para esta pergunta ao observar a ativação do BIS em canadenses jovens, solteiros e heterossexuais, tanto em speed-dating (encontros rápidos), como em encontros online. Os resultados foram convincentes e não muito felizes.
“Descobrimos que, quando o sistema imunológico comportamental era ativado, parecia colocar uma trava no nosso caminho para encontrar um parceiro e criar uma ligação social com ele”, explicou a principal autora do estudo Natsumi Sawada, publicado em outubro no Personality and Social Psychology Bulletin.
“Não esperávamos que esse fosse o caso em situações de vida real como em encontros, onde as pessoas, geralmente, estão tão motivadas a se conectar com o outro. Os resultados sugerem que apesar de como nos sentimos consciente ou inconscientemente em relação aos outros, há fatores adicionais dos quais podemos não estar conscientes, como o medo da doença, que podem influenciar a forma como nos ligamos aos outros.”
Ciberia // ZAP