Ser “verde” exige ter força de vontade e, às vezes, até mesmo um bom estômago. Pelo menos isso é verdade na Suécia, que parece ser pioneira nesta área – mas que usa o método mais nojento de reciclagem de restos de comida.
Um aviso para os hipersensíveis: esta matéria fala sobre larvas.
Uma pesquisa da Universidade Agrícola de Uppsala, na Suécia, revela que a transformação de restos de produtos alimentícios em forragem para animais usando larvas tem uma série de vantagens em comparação com outros métodos de reciclagem de resíduos alimentares.
Este projeto recentemente recebeu financiamento para construção de uma planta experimental na cidade sueca de Eskilstuna, onde milhões de larvas famintas comerão pelo menos uma tonelada de lixo por dia.
“É como ficar com o santo e a esmola. Estamos prontos para substituir a alimentação nociva para a ecologia e, como bônus, ganhar mais gerindo o lixo”, disse à Sveriges Radio Bjorn Vinneras, professor da Universidade Agrícola de Uppsala.
“Para atingir o nível de consumo de uma tonelada, precisamos aproximadamente de meio milhão de larvas por dia“, observou Bjorn Vinneras.
A Universidade sustenta que este tipo de “produção de comida para animais” usando larvas em grande escala se tornará uma opção interessante para os municípios, bem como para a indústria. De acordo com Bjorn Vinneras, é tecnicamente muito mais fácil construir uma planta com larvas do que uma de biogás.
Por outro lado, este tipo de “forragem” contém proteínas importantes para alimentação animal.
“Podemos duplicar as receitas obtendo um produto que tem um alto valor comercial. As proteínas têm um alto preço hoje no mercado mundial”, disse Bjorn Vinneras, sustentando que a alimentação animal produzida com vermes é mais substancial do que a de soja ou de farinha de peixe.
Há apenas um problema – as reivindicações legítimas de quem não concorda com este método. Hoje na União Europeia continua a ser proibido alimentar gado usando insetos criados com substâncias animais.
No entanto, Vinneras espera uma alteração da legislação, devido à grande pressão nos legisladores da UE por parte de agricultores, que gostariam de usar insetos como fonte de proteína barata.
A planta experimental será construída no próximo outono, graças ao financiamento da empresa energética sueca Eskilstuna Energy e da Agência Sueca de Proteção Ambiental.
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