A semana de quatro dias de trabalho é um objetivo que deve ser alcançado até o fim do século 21, defende a federação sindical britânica.
No discurso que assinala os 150 anos da Federação de Sindicatos do Reino Unido, a secretária-geral defende que a semana de quatro dias de trabalho é um objetivo realista que deve ser alcançado no século XXI.
Frances O’Grady acredita que os avanços tecnológicos permitem que o objetivo seja cumprido. “No século 19, os sindicatos lutaram por uma semana de trabalho de oito horas. No século 20, ganhamos o direito a um fim de semana de dois dias e a férias pagas”, explica.
“Por isso, no século 21, vamos ambicionar mais. Acredito que neste século poderemos ganhar a semana de quatro dias, com pagamentos decentes para todos. É tempo de compartilhar a riqueza gerada pelas novas tecnologias, e não de permitir que só os que se encontram no topo se aproveitem dela”, afirma, citada pela revista portuguesa Sábado.
Nesta segunda-feira (10), o The Guardian citou um relatório da Federação de Sindicatos do Reino Unido no qual é reiterado que os economistas do pós-Segunda Guerra consideraram que as pessoas trabalhariam 15 horas por semana hoje em dia. Além disso, as pesquisas revelam que a semana de quatro dias reúne as preferências dos questionados.
Mas se por um lado O’Grady vê na tecnologia a hipótese de implementação dos quatro dias de trabalho, também a vê como causa de alguns problemas.
“As novas tecnologias ameaçam intensificar a vida laboral. Para algumas pessoas, a economia atual levou a que o trabalho seja compartimentado em pedaços menores. Voltamos aos dias do trabalho por partes, criando uma cultura em que os funcionários são obrigados a estar sempre disponíveis”, indica o relatório.
Ciberia // ZAP