Os trabalhadores da Perpetual Guardian trabalham apenas quatro dias por semana e recebem o mesmo salário. A empresa neozelandesa decidiu fazer a experiência e os resultados não poderiam ser melhores.
Mantendo o mesmo salário e sem necessidade de fazerem horas extras, os funcionários da empresa Perpetual Guardian, na Nova Zelândia, puderam tirar um dia de folga por semana. A experiência foi realizada durante oito semanas e revelou ser um autêntico sucesso.
A empresa gerou o mesmo, mas com menos um dia de trabalho, fazendo com que a produtividade aumentasse, assim como os níveis de motivação dos funcionários. O diretor da empresa afirmou que os resultados foram “empolgantes”, destacando um maior equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar.
Andrew Barnes, fundador e diretor da Perpetual Guardian, é o responsável pela ideia de implementar a semana de apenas quatro dias de trabalho. E não se arrepende! Em entrevista à Radio Live, o diretor revelou ainda que a ligação entre os funcionários da empresa aumentou significativamente. “As pessoas ficaram mais confortáveis com a organização da empresa”, declarou.
No entanto, a existência de um dia de folga extra existe um maior empenho por parte dos trabalhadores para que os níveis de produtividade se mantenham inalterados. “Nós não reduzimos o número de horas de trabalho contratualizadas, mas o que dissemos foi: ‘se não mantêm a produtividade, retiramos o presente’”, explicou Barnes.
Segundo o Diário de Notícias, os 240 trabalhadores da empresa neozelandesa mantiveram a produtividade e, inacreditavelmente, os níveis de estresse diminuíram.
Ainda assim, os funcionários precisaram de um período de adaptação. Segundo o diretor, tiveram que se ajustar a nova realidade, que começou a ser testada em março deste ano. Apesar da regalia, Barnes deixa claro que “isso é um presente, e não um direito”.
“Se me dão a produtividade que eu quero eu dou um dia de folga. É respeito mútuo”, afirmou, aconselhando todas as empresas do país a seguirem o exemplo de modelo de trabalho.
As oito semanas da experiência foram analisadas por acadêmicos da Universidade de Auckland. Através de várias entrevistas e análises, os especialistas chegaram à conclusão que a semana de quatro dias de trabalho não teve qualquer efeito negativo na produtividade da empresa… pelo contrário!
Ao The Guardian, Helen Delaney, professora da Escola de Negócios da Universidade de Auckland, disse que os funcionários “projetaram uma série de inovações e iniciativas para trabalhar de uma forma mais eficiente e produtiva, desde automatizar processos manuais ou eliminar o uso da internet não relacionado com o trabalho”.
Antes da experiência revolucionária, 54% dos funcionários afirmaram que conseguiram equilibrar a vida profissional com a vida familiar. Mas o número aumentou para 78% após as oito semanas. Além disso, o nível de estresse diminuiu 7% e a satisfação com a vida subiu 5%.
Por enquanto, a semana de quatro dias de trabalho não é permanente na empresa, mas Barnes já trabalha nesse sentido. O diretor da Perpetual GUardian vai enviar à administração recomendações para que o modelo de trabalho não seja extinto e se torne comum na companhia.
Ciberia // ZAP