O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira (12) abandonar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), caso os países aliados não aumentassem as contribuições para a organização, criando assim uma “situação de emergência”.
Donal Trump teria dito aos parceiros que, caso não se comprometessem imediatamente com o aumento das suas contribuições financeiras para a defesa comum, o país abandonaria a organização e conduziria a própria política de segurança e defesa unilateralmente, de acordo com o Público.
Em discurso duro, dirigido aos aliados da Otan, Trump considerou que esses países não têm legitimidade porque não pagam os valores devidos. “Nós aguentamos sozinhos“, sustentou o presidente norte-americano.
Dessa forma, a reunião dos 29 chefes de Estado e do governo da Otan acaba de assumir caráter de emergência, após o presidente dos EUA ameaçar retirar o país da aliança atlântica.
De acordo com o jornal, fontes diplomáticas confirmaram a convocatória de uma reunião de emergência pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, depois de Trump ter dito que a aliança não tinha legitimidade por causa da desigualdade entre os vários parceiros no compartilhamento de custos.
Membros da equipe de comunicações da Casa Branca disseram que o presidente apenas usou uma linguagem mais dura, avisando os aliados das “graves consequências” de não decidirem, já nesta reunião, elevar seu investimento em despesas militares para a meta dos 2% do PIB ainda este ano.
No entanto, e de acordo com fontes diplomáticas, os líderes presentes na sala interpretaram o discurso de Trump como uma clara ameaça à integridade da aliança.
Compromisso continua “muito forte”
Questionado pelos jornalistas após a reunião de emergência que decorreu nesta manhã, Trump disse que tem sido “muito duro” com os países e que, nesta quarta-feira (11), foi “um pouco mais duro”, mas afirmou que acredita na Otan.
“As pessoas estão finalmente pagando o que não pagavam ontem e os EUA estão sendo melhor tratados e a Otan é uma máquina bem afinada”, argumentou Trump.
“Agora, estou muito contente“, afirmou o presidente norte-americano, depois de ter revelado as garantias dos outros países da aliança. O compromisso dos EUA com a Otan “continua muito forte“, assegurou. “A Otan está muito mais forte agora do que há dois dias”, concluiu, descrevendo a reunião de emergência desta manhã como “fantástica”.
O presidente dos EUA não teria gostado da forma como a mídia estava a retratando o primeiro dia de reuniões, dando a ideia de que tudo estava decorrendo com normalidade, aponta o Observador.
Já na chegada a Bruxelas, para o primeiro dia da reunião, Trump já tinha deixado claro que tinha viajado até o centro da Europa para acertar contas com os parceiros Otan e para exigir que os gastos com o setor militar sejam aumentados para 4% do PIB.
Essa não é a primeira vez que o executivo norte-americano aponta os dedos aos demais aliados, pedindo por mais e maiores contribuições financeiras.
Ciberia // ZAP