A vida de Robinho ganha contornos cada vez mais dramáticos. Condenado em novembro de 2017, acusado de estupro coletivo, o ex-atacante do Santos teve agora os detalhes do crime revelados por uma das juízas responsáveis pelo caso sob tutela do Tribunal de Milão, presidido por Mariolina Panasiti.
Para relembrar, o caso ocorreu em uma boate da cidade de Milão em janeiro de 2013, em conjunto com outros 5 homens e a vítima seria uma mulher de origem albanesa. A acusação vem dos tempos em que o brasileiro era um dos jogadores mais bem pagos do Milan, um dos clubes mais tradicionais da Europa.
O que torna a situação de Robinho ainda mais delicada é um relatório de 28 páginas apontando que a jovem foi humilhada repetidas vezes pelos envolvidos, além de ressaltar o “desprezo absoluto” de Robinho e Ricardo Falco (outro envolvido) pela mulher. Além disso, os escritos revelam conversas interceptadas pela justiça italiana com comentários do grupo sobre o estupro coletivo.
Falando com os jornalistas, a juíza garante que a mulher foi “exposta a humilhações repetidas, bom como atos de violência sexual pesados.” Além disso, a magistrada afirma que os “termos chulos e desdenhosos” são “sinais inequívocos de falta de escrúpulos e quase consciência de uma futura impunidade”.
Ela ainda aponta o fato de o acusado debochar do acontecido por inúmeras vezes, “destacando assim um absoluto desrespeito pela condição da vítima”.
O caso envolvendo um nome de destaque no futebol brasileiro nos últimos 10 anos, com passagens por Milan e Real Madrid, revela a necessidade de discutir a cultura do estupro, tão presente no mundo da bola.
Ainda é comum clubes, os próprios atletas e a imprensa esportiva se esquivarem do tema, como fez o zagueiro Gabriel, colega de time de Robinho no Atlético-MG, que entrevista afirmou ser “muito ruim uma acusação dessas, sem que ele tenha feito nada”.
Em um meio predominantemente machista e masculino, as manifestações mais contundentes sobre o assunto vieram por meio de um protesto realizado pelo Grupo de Feministas do Galo, que penduraram faixas no centro de treinamento do clube condenando os atos praticados pelo então jogador atleticano e o silêncio por parte da diretoria do Atlético-MG.
Vale dizer que este não é o primeiro caso do tipo envolvendo Robinho. Em 2009, quando defendia o Manchester City da Inglaterra, o atleta revelado pelo Santos foi acusado por uma mulher de estupro em uma boate de Leeds, o que levou o jogador a viajar ao Brasil com medo de ser preso pela polícia europeia.
Atualmente Robinho está jogando no futebol turco.
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