Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde, em 2017 só a China e a India terão mais desempregados do que o Brasil.
O número de desempregados no mundo deverá subir de 5,7 por cento em 2016 para 5,8 por cento em 2017, o que representará um aumento de 3,4 milhões no número de pessoas desempregadas.
A conclusão é de um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentado nesta quinta-feira, 12. Ao todo, segundo o relatório, em todo o planeta haverá em 2017 201,1 milhões de pessoas sem emprego.
O estudo “Perspectivas sociais e do emprego no mundo – Tendências de 2017”, revela que um de cada três novos desempregados no mundo em 2017 será brasileiro.
A OIT estima que o Brasil terá 1,2 milhão de desempregados a mais na comparação com 2016, passando de um total de 12,4 milhões para 13,6 milhões, e chegará a 13,8 milhões em 2018.
Segundo dados divulgados a 29 de dezembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o desemprego atingia 12,1 milhões de pessoas no Brasil – a taxa mais baixa desde 2012.
Os número de desempregados teve um crescimento de 33,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado – o equivalente a 3 milhões de pessoas a mais em busca de trabalho.
Em termos absolutos, o Brasil terá a terceira maior população de desempregados entre as maiores economias do mundo, superado apenas pela China e Índia.
Na China, a OIT prevê que o número subirá de 37,3 milhões para 37,6 milhões em 2016, enquanto na Índia, aumentará de 17,7 milhões para 17,8 milhões. A organização projecta o índice de desemprego no Brasil neste ano em 12,4 por cento, um ponto acima do percentual de 2016. Para 2018, a projecção também é de 12,4%.
O relatório mostra ainda que as formas vulneráveis de trabalho – como trabalhadores familiares não remunerados e trabalhadores por conta própria – devem representar mais de 42 por cento da ocupação total, ou seja, 1,4 mil milhão de pessoas em todo o mundo em 2017.
“O crescimento económico continua decepcionante e é menor do que o esperado, tanto em nível quanto em grau de inclusão. Isso delineia um quadro preocupante para a economia mundial e sua capacidade de criar empregos suficientes, muito menos empregos de qualidade”, afirmou o director geral da OIT, Guy Ryde, na apresentação do relatório.
“A persistência de altos níveis de formas vulneráveis de emprego, associadas a uma evidente falta de avanços na qualidade dos empregos – mesmo em países onde os números agregados estão melhorando – é alarmante. Temos de garantir que os ganhos do crescimento sejam compartilhados de forma inclusiva”, acrescentou Guy Ryde.
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