Conte até sete. Nesse tempo, uma menina com menos de 15 anos se casou no mundo. E assim, sucessivamente, de sete em sete segundos, um novo casamento infantil acontece.
É o que aponta o relatório divulgado pela ONG Save The Children / Salvem as Crianças, divulgado essa terça-feira, dia 11 de outubro, o Dia Internacional da Menina.
Tais casamentos são quase que em sua totalidade com homens mais velhos, principalmente em países africanos.
O relatório foi batizado de “Até a última menina. Livres para viver, livres para aprender, livres de perigo”, e levanta um triste ranking classificando 144 países no que diz respeito a casamentos infantis, educação, gravidez na adolescência, mortalidade materna e quantidade de legisladoras mulheres.
Enquanto a Súecia foi o país que apresentou o melhor resultado do mundo, Niger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália foram os piores colocados.
O Brasil, apesar de sua renda per capita média alta, ocupa um lamentável 102º lugar, estando somente três posições acima do Haiti, por exemplo.
“O casamento infantil dá início a um ciclo de desvantagens que nega às meninas os direitos mais básicos de aprender, se desenvolver e ser criança”, afirma a presidente da Save the Children International, Helle Thorning-Schmidt.
“Meninas que se casam cedo demais frequentemente não podem ir à escola e estão mais propensas a sofrer violência doméstica, abuso e estupro. Elas engravidam e são expostas a doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV”, ela alerta.
Ainda que a posição do Brasil fosse de maneira geral esperada, é assombroso que o país possua índices tão ruins no que diz respeito à saúde, à liberdade e à vida das meninas brasileiras sem que isso seja tema calamitoso de urgência nacional.
Afinal, o futuro do país é tão promissor quanto for o futuro de nossas meninas.
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