Descoberta nova espécie de dinossauro do tamanho de um pastor alemão

Ilustração de como seria o novo dinossauro paquicefalossaurídeo descoberto nos EUA.

Ilustração de como seria o novo dinossauro paquicefalossaurídeo descoberto nos EUA.

A descoberta de dois novos dinossauros com a cabeça em forma de cúpula está dando pistas sobre a evolução destes gigantes do período Cretáceo.

Estes dois novos espécimes, que pertencerão a um novo género e a uma nova espécie da família dos paquicefalossaurídeos, foram encontrados nos Estados Unidos, mais especificamente em Kaiparowits, no Utah, e em Kirtland, no Novo México.

Os crânios fossilizados dos dois dinossauros datam de há 76,5 milhões de anos e 73,5 milhões de anos, respectivamente, segundo o Live Science.

São dois espécimes pequenos, do tamanho de um pastor alemão, que revelam protuberâncias salientes únicas na parte de trás do crânio, “muito diferentes” do que o pesquisador que liderou o estudo, David Evans, diz já ter visto antes.

O professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Toronto, no Canadá, assume assim estarmos perante dois novos géneros e novas espécies.

As referidas protuberâncias teriam apenas funções ornamentais, servindo para as diferentes espécies se distinguirem e também para atrair companheiros, afiança Evans.

“Os dois novos espécimes se destacam em termos de integridade e isto permite-nos ter um conhecimento muito melhor da sua anatomia e relações”, considera ainda Evans.

As cabras-montês do Cretáceo

Os dois crânios foram encontrados na parte sul da antiga Laramidia, a parte ocidental da América do Norte, o que só por si é já motivo de espanto, uma vez que a maioria dos fósseis de paquicefalossaurídeos têm sido encontrados a norte, em zonas onde se situam atualmente a cidade canadense de Alberta e o estado norte-americano de Montana.

Evans constata que a localização dos dois crânios dá indicações de que “os paquicefalossaurídeos podem ter se diversificado no sul antes de se mudarem para o norte e darem origem ao paquicefalossaurídeo conhecido como Stegoceras“.

Evidenciando que este é um fato “inesperado”, o pesquisador sublinha que a descoberta “conta uma história interessante sobre a evolução deste grupo que ainda não conhecíamos”.

No período Cretáceo, as partes ocidental e oriental da América do Norte estavam divididas por uma via marítima. Os pesquisadores acreditam que essa potencial migração dos paquicefalossaurídeos de um lado para o outro indicia que essa divisão de água deve ter se extinguido a dado momento.

Os paquicefalossaurídeos, conhecidos como “lagartos de cabeça grossa” ou “lagartos de cabeça dura”, eram dinossauros bípedes e herbívoros, que podiam atingir até cerca de quatro metros de comprimento. São considerados uma espécie de cabra-montês do período Cretáceo, uma vez que viviam nas montanhas e em pequenos grupos.

SV, ZAP

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