Mais de 18 mil pessoas foram demitidas na Turquia neste domingo (8), incluindo vários membros das forças de segurança, professores e acadêmicos, na sequência da publicação de uma lei no diário oficial turco.
Ao todo, 18.632 pessoas, entre as quais mais de 9 mil funcionários da polícia e 6 mil das forças armadas turcas, viram seu nome publicado no documento. Em contrapartida e, de acordo com o mesmo texto, foram readmitidas na função pública 148 pessoas que perderam seus empregos em decretos anteriores.
A mídia local turca afirma se tratar do último decreto antes de um provável levantamento do estado de emergência. Os veículos de comunicação turcos revelam que o regime de exceção será levantado nesta segunda-feira (9), após a posse de Erdogan, reeleito no cargo no dia 24 de junho.
O fim do estado de emergência foi uma das promessas eleitorais do presidente turco. O decreto determinou também o encerramento de 12 associações, três jornais e uma cadeia televisiva.
O estado de emergência foi decretado pelo presidente turco, Recep Erdogan, no dia seguinte à tentativa de golpe de Estado de julho de 2016, que o vice-primeiro ministro da Turquia nega que tenha sido orquestrado pelo próprio Erdogan, e após o qual o presidente turco lançou uma caça às hierarquias militares, meios acadêmicos e jornalistas.
Em coletiva de imprensa para assinalar o 1º aniversário do golpe, o vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulmus, considerou que o episódio não tinha sido “uma tentativa de golpe controlado, mas sim uma tentativa de defender o povo turco”.
“Nosso objetivo é encontrar todos aqueles que têm ligações a essa organização [do golpe] e a apoiam. Estamos tentando eliminá-los da sociedade“, declarou na época Kurtulmus.
A organização não-governamental Human Rights Joint Platform indicou que 112.679 pessoas foram demitidas no dia 20 de março, incluindo mais de 8 mil nas forças armadas, cerca de 33 mil do Ministério da Educação e 31 mil do Ministério do Interior. Destas, 22.600 pertenciam à direção-geral de Segurança.
Ciberia // ZAP