Uma pequena falha na produção do Galaxy Note 7 terá causado o sobreaquecimento e explosões que levaram a Samsung a pedir um recall total do phablet. São conclusões preliminares de uma investigação que a fabricante está a fazer ao sucedido.
Esse pequeno erro ocorreu no sistema de manufatura das baterias do Galaxy Note 7, de acordo com o relatório inicial enviado à agência de standards tecnológicos da Coreia do Sul, a Korean Agency for Technology and Standards.
A notícia foi avançada pela Blomberg, que teve acesso ao texto da investigação. A agência age como entidade reguladora e responde ao Ministério do Comércio, Indústria e Energia do país.
De acordo com o texto, o erro colocou uma pressão exagerada nas placas contidas dentro das células da bateria, o que provocou um contato entre os pólos positivos e negativos, gerando calor excessivo.
Ainda assim, a Samsung avisa que precisa continuar a investigação para determinar “a causa exata” dos danos na bateria, depois de dezenas de casos de explosão. A investigação procurava erros no desenho das próprias baterias.
A crise, que obrigou a marca a ordenar o recall de mais de 2,5 milhões de unidades, está pressionando as ações da empresa – gerando perdas de mais de 2 biliões de dólares em poucos dias. As ações já perderam quase 10% do valor, apesar de uma recuperação na sessão de ontem.
“Mesmo antes de finalizarmos nossa investigação, planejamos estabelecer a melhor forma de dar apoio aos nossos clientes”, disse a companhia no relatório enviado à agência.
“Estamos investigando o problema da bateria em cooperação com as fabricantes de baterias”, acrescenta a empresa.
A Bloomberg cita uma fonte anónima segundo a qual a Samsung SDI Co é a principal fornecedora das baterias do Galaxy Note 7.
Entretanto, diversos reguladores e companhias aéreas avisaram os consumidores para pararem de usar o phablet imediatamente.
Recall em curso
A Samsung vai disponibilizar novos Galaxy Note 7 com baterias melhoradas já na próxima semana, a partir de 19 de setembro.
Mas esta crise chega num momento crítico.
O phablet obteve críticas excelentes e chegou ao mercado numa altura estratégica, algumas semanas antes do novo iPhone 7, da Apple, mas agora analistas e investidores se questionam sobre o impacto das explosões na mentalidade dos consumidores e para a reputação da marca.
As ações da Samsung começaram entretanto a afundar. Depois de ter perdido 10 biliões de euros (mais de R$ 35 biliões) em bolsa num só dia, as perdas chegam já aos 22 biliões de euros (mais de R$ 80 biliões).
E enquanto a Samsung suspendeu as vendas e continua recolhendo os equipamentos, a Apple se prepara para lançar o novo iPhone 7 essa sexta-feira (16) em vários países do mundo.
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