Uma biblioteca de São Paulo saiu na frente e disponibilizou óculos inteligentes que leem o que está escrito nos livros para pessoas com deficiência visual.
É o OrCam MyEye, um dispositivo montado na armação dos óculos que tem uma câmera projetada. O equipamento fotografa, escaneia e transforma textos em áudio com um simples apontar de dedo. A novidade está na Unibes Cultural – centro que atua como hub da cultura, do empreendedorismo criativo e das causas sociais na cidade de São Paulo.
O dispositivo irá permitir que todo deficiente visual tenha acesso a qualquer obra impressa do acervo, num total aproximado de 600 títulos.
Dados do IBGE mostram que o Brasil tem cerca de 6,5 milhões de deficientes visuais, que até agora só conseguiam ter acesso a livros em braile ou em áudio.
Neste novo espaço, a equipe da Unibes, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, vai agregar 300 livros relevantes da literatura mundial, que nunca ganharam versões acessíveis. Em torno de 100 destes títulos já estão disponíveis desde a abertura, no dia 1º de março.
O equipamento
O OrCam MyEye, é a inovação tecnológica vestível mais avançada do mundo. Criada pelo empreendedor israelense Ziv Aviram e pelo professor da Universidade de Jerusalém, Amnon Shashua, a tecnologia trabalha a partir dos algoritmos da inteligência artificial.
Em 1999, eles idealizaram um carro autônomo, um “carro do bem” que não causasse acidentes e criaram a startup Mobileye. Hoje, 90% dos principais fabricantes de automóveis do mundo confiam na tecnologia da Mobileye para tornar seus veículos mais seguros para dirigir.
Em 2010, essa tecnologia foi ampliada e aplicada para humanos por meio do OrCam MyEye. Trata-se de uma ferramenta de inclusão que aproveita o poder da visão artificial e da tecnologia vestível para trazer bem-estar às pessoas com deficiência visual, auxiliando nas tarefas diárias.
Com o dispositivo, o usuário consegue “ler” em qualquer plataforma: livros, revistas, jornais, placas de sinalização, cardápios, telas de smartphones e computadores de maneira totalmente offline.
O texto capturado pelo aparelho é lido imediatamente. Após o reconhecimento, o dispositivo retransmite a informação discretamente no ouvido do usuário por meio de um fone de ouvido pessoal. “Nossa missão é auxiliar pessoas com deficiência visual para que possam estudar, trabalhar e viver suas vidas com independência”, ressalta Ziv Aviram, cofundador e CEO da empresa OrCam.
O Espaço de Leitura Bibliotech contará ainda com a presença de um profissional para auxiliar no uso do equipamento.
Ciberia // Só Notícia Boa
Que maravilha! Essa ideia foi genial para os deficientes visuais. Nem tudo é possível passar para o Braile, então eles vão poder se beneficiar de um conteúdo mais amplo.