Cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), em Portugal, estão desenvolvendo uma terapia para potencializar a regeneração do sistema nervoso após uma lesão ou doença, através de uma proteína que regula o esqueleto celular.
“Lesões na medula espinhal afetam mais de 200 mil pacientes por ano à escala mundial”, disseram os responsáveis pelo projeto médico. Eles indicam que, apesar do “progresso considerável” no que respeita aos procedimentos médicos, cirúrgicos e de reabilitação, “não existem tratamentos eficazes para a recuperação neurológica“.
Nesse sentido, consideram “essencial” identificar terapias que promovam o recrescimento do axônio [prolongamento do neurônio que estabelece sua ligação a uma célula-alvo] e a reparação da medula, atuando em lesões do sistema nervoso e em doenças neurodegenerativas.
O objetivo é avaliar in vivo [em cobaias com lesão do nervo ciático ou com lesão medular] o potencial regenerativo da Profilin-1 (Pfn1), uma proteína que regula a dinâmica do esqueleto celular, ativa após lesão, etapa que terá início em breve.
De acordo com os pesquisadores, resultados in vitro demonstram que a Pfn1 já é promotora do crescimento do axônio, com efeitos “robustos e surpreendentes”. Caso seja bem-sucedida, a terapia poderia ainda ter aplicações em outras doenças, nas quais a regeneração é necessária.
O projeto, que é desenvolvido há cerca de quatro anos, surge no âmbito do trabalho do grupo de Regeneração Nervosa do i3S (Universidade do Porto), que utiliza diferentes modelos animais de lesão para identificar mecanismos e moléculas reguladoras do crescimento e regeneração axonal.
O Proregen foi um dos trabalhos apoiados pelo Resolve, programa da universidade que apoia a transferência de conhecimento científico e tecnológico de projetos inovadores e promissores, em estágio inicial.
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