O sexto ensaio nuclear da Coreia do Norte teve uma potência de 250 quilotoneladas, 16 vezes superior à da bomba lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima, afirmaram nesta quarta-feira (13) especialistas norte-americanos, que reviram estimativas anteriores.
Pyongyang afirmou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio, conhecida como “bomba H”, miniaturizada o suficiente para poder ser colocada em um míssil. Este sexto ensaio nuclear, realizado há dez dias, valeu esta semana um oitavo pacote de sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU, consideradas “as mais duras já feitas” pelos Estados Unidos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica mundial, registrou, no dia do ensaio, um abalo telúrico de magnitude 6,3 e a Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares e a agência norueguesa Norsar reviram em alta os dados anteriores para 6,1.
O portal especializado na Coreia do Norte, 38 North, associado ao Instituto EUA-Coreia da Universidade Johns Hopkins, anunciou ter revisto em alta a estimativa anterior sobre a potência da explosão, falando em “aproximadamente 250 quilotoneladas”.
Isto significa que a bomba testada pela Coreia do Norte seria 16 vezes mais potente do que a bomba de 15 quilotoneladas que os EUA lançaram sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em 1945.
“Esta potência explosiva elevada é igualmente próxima daquela que o 38 North tinha informado anteriormente como sendo a capacidade máxima da base de testes de Punggye-ri”, de acordo com o site, que antes indicou que a potência tinha superado as 100 quilotoneladas.
As estimativas oficiais da potência da explosão ocorrida em 3 de setembro variam significativamente: Seul fala em 50 quilotoneladas, enquanto o Japão refere 160.
Os responsáveis norte-americanos indicaram que vão continuar tentando verificar se foi efetivamente uma bomba H que foi testada, detalhando que, neste momento, a afirmação por parte da Coreia do Norte – que garantiu – “não é incoerente”.
Reforçar programa nuclear para se igualar aos EUA
O regime da Coreia do Norte declarou, entretanto, que vai redobrar todos os esforços para potencializar ainda mais os programas nuclear e balístico para se posicionar ao nível dos Estados Unidos e responder às sanções da ONU.
Através de um comunicado difundido em Pyongyang, a Coreia do Norte promete “levar a luta até o final” e ameaça “redobrar esforços para aumentar a fortaleza que permite proteger a soberania e o direito de existir”.
Responsabilizando Washington pela “situação”, Pyongyang adverte que para manter “a paz e a segurança na região” é preciso estabelecer “uma situação de equilíbrio” militar com os Estados Unidos.
O regime de Kim Jong-un pretende lançar, deste modo, uma mensagem de força reagindo às medidas de pressão impostas na segunda-feira (11) pelas Nações Unidas, prometendo incrementar os esforços militares.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano já criticou duramente as sanções que qualificou como “provocação atroz destinada a privar a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) do seu legítimo direito à autodefesa e a sufocar o Estado e o povo através de um bloqueio econômico de grande escala”.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade um novo pacote de sanções econômicas, incluindo limitações sobre a importação de petróleo, além de limitar as exportações dos têxteis norte-coreanos. A proposta inicial dos Estados Unidos junto da ONU, que não foi aprovada, previa a proibição total da venda de gás, petróleo e produtos petrolíferos refinados.
Porém, a Rússia e a China, com direito de veto sobre as resoluções do Conselho de Segurança, tinham expressado oposição sobre alguns pontos da proposta norte-americana o que provocou uma ronda negocial que suavizou as medidas de pressão que acabaram determinando a limitação em vez da proibição total.
Ciberia // ZAP