O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta segunda-feira (11) por unanimidade um novo conjunto de sanções contra a Coreia do Norte, proposto pelos EUA, interditando as exportações têxteis e reduzindo o seu abastecimento em petróleo e gás.
Esta oitava série de sanções, apoiada pela China e a Federação Russa, que são os apoios mais próximos da Coreia do Norte, visa punir o país pelo seu ensaio nuclear do dia 3 de setembro. O novo pacote de sanções limita as importações de petróleo e derivados e proíbe as exportações de têxteis, entre outras medidas.
“Estamos agindo em resposta a novos desenvolvimentos perigosos. Estas são as medidas mais duras alguma vez impostas contra a Coreia do Norte”, disse a representante dos EUA, Nikki Haley, citada pela Bloomberg.
Com as sanções cada vez mais severas, a ONU pretende forçar os dirigentes de Pyongyang a negociar seus programas de armamento nuclear e convencional, considerados ameaçadores para a estabilidade mundial.
A Coreia do Sul e o Japão afirmaram que as novas sanções representam uma advertência de que o país arrisca um isolamento total se prosseguir com os programas nuclear e de mísseis.
“A última resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas representa o compromisso renovado da comunidade internacional de não tolerar o desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”, assinalou o gabinete da presidência sul-coreana.
“Isto deixa clara a vontade da comunidade internacional para elevar a pressão a um novo nível e levar a Coreia do Norte a mudar suas políticas”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também citado em comunicado.
O novo conjunto de sanções envia “uma séria advertência ao regime norte-coreano de que se prosseguir com suas incessantes provocações apenas conseguirá aprofundar o seu isolamento econômico e ficar sob maior pressão diplomática”, realçou Seul.
“Se a Coreia do Norte continuar nesse caminho, a nação ficará progressivamente mais isolada do resto do mundo e será incapaz de ter um futuro próspero”, reiterou o chefe de Governo japonês.
As sanções impostas à Coreia do Norte são menos drásticas do que aquilo que pretendia Washington, que queria uma proibição total de venda de crude, produtos petrolíferos refinados e gás à Coreia do Norte por parte dos Estados-membros da ONU.
No entanto, Rússia e China, com direito de veto no Conselho de Segurança, manifestaram sua oposição a alguns dos pontos do projeto de resolução inicial elaborado pelos EUA, com o documento final resultando ser mais ‘suave’ após negociações.
As medidas agora tomadas, somadas às sanções anteriores, que fixaram um embargo às exportações de carvão, ferro, peixe e marisco, representam uma perda de 2,7 bilhões de dólares para a Coreia do Norte, valor que corresponde a 90% das vendas ao exterior, segundo cálculos apresentados no ano passado pelos Estados Unidos.
As sanções impostas na segunda-feira se estendem ainda aos norte-coreanos empregados fora do país, aos quais não serão concedidos vistos de trabalho, o que os impediria de enviar remessas dos rendimentos para o país de origem.
Ciberia // ZAP