Imagens de radar mostram que uma montanha da Coreia do Norte foi erguida dois metros devido ao mais recente teste nuclear de Pyongyang, no dia 3 de setembro de 2017.
Na altura em que o presidente da Coreia do Norte promete desnuclearizar a península coreana, e já estando marcado para 12 de junho um encontro entre Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma equipe internacional de cientistas publicou um estudo detalhado do local onde foi realizado o mais recente teste nuclear subterrâneo da Coreia do Norte.
A nova imagem, de como o teste nuclear alterou a montanha sobre o local da detonação, destaca a importância do uso de imagens de radar por satélite, aliadas a registros sísmicos, para melhor localizar os testes nucleares, seja na Coreia do Norte ou qualquer outro lugar do planeta.
Os pesquisadores, uma equipe que inclui especialistas de várias universidades de Cingapura, Estados Unidos, China e Alemanha, anunciaram nesta quinta-feira (10) os resultados do trabalho, que foi publicado na revista Science.
O estudo afirma que a explosão aconteceu sob o Monte Mantap, no norte do país, provocando um terremoto de 5,2 graus de magnitude na Escala Richter. Com base em gravações sísmicas e redes regionais e globais de imagens de radar, a equipe demonstrou que a explosão fez a superfície do monte expandir.
Ao criar um modelo por computador, os pesquisadores conseguiram identificar a localização da explosão e a profundidade a que ocorreu, e ainda localizaram o ponto exato de outro evento sísmico, a cerca de 700 metros ao sul da explosão e 8 minutos e meio depois – que poderia ter sido causado pelo colapso de um túnel ou de uma cavidade, resultante de uma explosão nuclear anterior.
“Essa é a primeira vez que os deslocamentos de superfície tridimensionais completos, associados a um teste nuclear subterrâneo, foram visualizados e apresentados ao público”, disse o principal autor do trabalho, Teng Wang, da Universidade Tecnológica de Nanyang, Singapura.
Ao analisar toda a informação, os cientistas estimam que o teste nuclear, o sexto da coreia do Norte e o quinto realizado no Monte Mantap, representou uma potência entre 120 a 300 quilotoneladas, cerca de 10 vezes a potência da bomba lançada pelos Estados Unidos sobre Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial.
Esse cenário difere de dois outros divulgados na semana passada, um deles identificando a explosão a quase um quilômetro a noroeste do local agora apontado.
Mas, para os responsáveis pelo estudo, o cenário é bem preciso: a explosão ocorreu a mais de 400 metros abaixo do cume do Monte Mantap e danificou um volume de rocha de cerca de 300 metros de diâmetro.
A explosão elevou a montanha cerca de dois metros e a expandiu entre três e quatro metros. Posteriormente, de um a dois quilômetros de diâmetro de rocha fraturada compactou, fazendo com que a montanha encolhesse 1,5 metro, em relação a antes da explosão.
Ciberia, Lusa // ZAP