Uma equipe de arqueólogos conseguiu desenterrar uma esfinge de gesso, com 94 anos, que foi usada como adereço no filme de 1923 “Os Dez Mandamentos”, do diretor Cecil B. DeMille. Um achado surpreendente que testemunha a chamada era dourada de Hollywood.
O filme épico Os Dez Mandamentos, de 1923, foi a primeira versão do tema bíblico realizada pelo diretor Cecil B. DeMille. Trata-se de um filme mudo, em preto e branco, que tinha um dos maiores cenários de filmagens já construídos até a época.
Quase 100 anos depois, arqueólogos conseguiram chegar a uma das colossais esfinges de gesso, que pesa 136 quilos e utilizada no filme épico.
A peça foi encontrada nas Dunas de Guadalupe-Nipomo, região central da Califórnia, onde DeMille filmou Os Dez Mandamentos, pelo fato de o cenário natural local se assemelhar a um Egito arenoso e deserto.
O diretor do Centro das Dunas de Guadalupe-Nipomo, Doug Jenzen, disse à CBS News que a esfinge se encontra em ótimo estado de conservação, com “a tinta ainda intacta”, por ter sido “preservada pela areia”.
Jenzen atesta também que, apesar de terem sido construídas para “durarem apenas dois meses”, ou seja, durante as filmagens, o fato de se encontrar a esfinge, 94 anos depois, em tão excelente estado “demonstra o nível de perfeição e de perícia que os artesãos usavam”.
“Isto é significativo e mostra que ainda estamos aprendendo facetas inesperadas da produção de filmes históricos, como o fato de os objetos de filmes em preto e branco serem pintados com cores extremamente intensas“, acrescenta Jenzen.
O especialista explica que “teriam usado pigmentos diferentes nos cenários de filmagens para a criação de sombras, luz e profundidade, para prevenir este aspecto muito sólido de uma só cor, ou preto ou branco”. “Por isso, no filme, os objetos são cinzentos”, conclui.
As filmagens de Os Dez Mandamentos incluíram 21 esfinges semelhantes à agora encontrada nas areias da Califórnia, que foram criadas pelo artista francês Paul Iribe, conhecido como “o pai do art déco“, conforme atesta o site Live Science.
No término das filmagens, DeMille teria dado ordens para que todos os adereços fossem enterrados nas dunas. Isto porque seria muito caro removê-los para outro local e porque não pretenderia que outros diretores os aproveitassem.
Em 1956, DeMille voltaria ao tema dos Dez Mandamentos, com um novo filme, já a cores e com som, e com Charlton Heston no papel principal.
A busca pelos adereços do primeiro Os Dez Mandamentos também originou um documentário intitulado “The Lost City of Cecil B. DeMille”, onde Peter Brosnan conta a busca de mais de 30 anos pela chamada “cidade egípcia perdida” do diretor.
Ciberia // ZAP