O assessor da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, e o presidente da torcida organizada do Flamengo, Raça Rubro-Negra, Alesson Galvão de Souza, foram presos nesta segunda-feira (11) na segunda fase da Operação Limpidus.
A operação investiga irregularidades envolvendo representantes de clubes de futebol e de torcidas organizadas no Rio de Janeiro como a venda ilegal de ingressos (cambismo).
Também foram presos Leandro Schilling, dono da Imply, responsável pela confecção dos ingressos, além de dois funcionários da empresa. Segundo a Polícia Civil, três pessoas estão foragidas na operação deflagrada nesta segunda.
De acordo com o promotor de Justiça Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público (MP), estima-se que, no mínimo, 200 ingressos por jogo eram repassados de forma irregular para as torcidas, incluindo os de meia-entrada e os dos sócios-torcedores.
“A investigação mostra a ligação espúria das diretorias dos clubes de futebol do Rio de Janeiro com os núcleos das torcidas organizadas através dos quais cediam uma grande carga de ingresso que era colocada à venda no câmbio negro”, disse Marcos Kac.
O promotor acrescentou que o objetivo da operação é combater a corrupção no futebol e diminuir a violência nos estádios e seus arredores. “Nada disso será possível se não estancarmos a sangria desenfreada de dinheiro que entra no seio dessas torcidas organizadas”, declarou.
Segundo o MP, representantes de clubes de futebol são acusados de repassar ingressos para as torcidas, que os repassam a cambistas. Parte desses ingressos seria dada, inclusive, para torcidas organizadas proibidas pela Justiça de frequentar jogos de futebol.
A operação é feita em conjunto pelo Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor MP e pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática da Polícia Civil.
Na primeira fase da operação, no dia 1º de dezembro, foram cumpridos mandados de prisão temporária, de condução coercitiva (quando a testemunha é levada para a delegacia para prestar depoimento) e de busca e apreensão.
A Agência Brasil entrou em contado com o Fluminense, o Flamengo e a Raça Rubro-Negra, mas até a publicação desta reportagem, ainda aguardava resposta.