Ao fim de 500 anos, foram finalmente encontradas duas pinturas do famoso pintor renascentista Rafael que se encontravam desaparecidas. As obras foram descobertas por acaso durante obras de restauro no Vaticano.
As duas pinturas foram encontradas na chamada Sala de Constantino, no Vaticano, no âmbito de trabalhos de restauro e de limpeza. Os técnicos detectaram as pinturas de Rafael no meio das pinturas de outros artistas.
Há 500 anos que ninguém sabia destas pinturas que teriam sido as últimas do pintor, antes de morrer em 1520, quando tinha 37 anos de idade, conforme informa o chefe do projeto de restauro, Fabio Piacentini, em declarações à CNN.
“Saber que estas foram, provavelmente, as últimas coisas que ele pintou, quase se sente a presença real do maestro“, suspira Piacentini.
As pinturas ilustram duas figuras femininas, a Justiça e a Amizade, e teriam sido pintadas por volta do ano 1519.
Rafael foi contratado pelo Papa Júlio II, em 1508, para pintar três salas dos seus aposentos no Vaticano – os chamados “Quartos de Rafael”. Depois de terminar as obras, teria iniciado as pinturas numa quarta divisão, a tal Sala de Constantino, mas morreu antes de conseguir terminar o painel todo.
Após a sua morte, o mural foi terminado por outros artistas, cujos trabalhos acabaram por ofuscar as pinturas de Rafael.
Durante o restauro do espaço, os técnicos conseguiram detectar a diferença entre as pinturas, isso porque Rafael usou uma nova técnica a óleo, ao contrário dos frescos que pintou anteriormente.
Foi este o detalhe que permitiu a descoberta das pinturas, conforme conta a CNN, já que os outros pintores que terminaram a Sala de Constantino usaram a técnica dos frescos.
Piacentini evidencia que as pinturas têm outras características que confirmam que são obras de Rafael. “A forma como o pincel se move, até a sutileza do ponto das escovas para criar os pequenos fios de cabelo”, explica, citando ainda as sombras peculiares de cor.
Os trabalhos de restauro do espaço, incluindo as pinturas de Rafael, só devem terminar em 2022. A diretora dos Museus do Vaticano, Barbara Jatta, fala da obra como “um dos mais importantes projetos das últimas décadas, à parte da Capela Sistina”, já realizados no Vaticano.
O custo global da obra está orçado em 2,7 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões), devendo parte substancial dos gastos ser paga por doações de patronos de arte do Vaticano.
Ciberia // ZAP