O ex-presidente Sebastián Piñera venceu seu oponente, Alejandro Guillier, neste domingo no segundo turno das eleições presidenciais no Chile e governará o país pela segunda vez.
De acordo com os dados do Serviço Eleitoral, 96,31% das urnas foram apuradas e já colocam o ex-presidente como vencedor. Sebastián Piñera, líder da nova coalizão de centro-direita Chile Vamos, recebeu 54,57% dos votos. Alejandro Guillier, representante do grupo dominante centro-esquerda Nova Maioria, alcançou 45,43%.
Piñera, que ocupou o cargo entre 2010 e 2014, era visto como favorito durante a campanha, mas só obteve 36,64% dos votos no primeiro turno. Guillier alcançou 22,70%. Oito candidatos concorreram no pleito.
Empresário milionário, com doutorado em economia na Universidade Harvard, nos EUA, Piñera é a terceira pessoa mais rica do Chile, segundo a revista Forbes. O eleito tomará posse em março de 2018.
“Quando chegou à Presidência pela primeira vez, ele governou com tecnocratas. Agora, tende a ser mais político”, considera Guillermo Holzmann, professor de Ciências Políticas da Universidade de Valparaíso. O mercado vê com bons olhos a eleição do candidato.
A desaceleração da economia chilena “influencia” essa aceitação, segundo Holzmann. “A percepção é de que a economia está estancada e que, com Piñera, voltaria a crescer”, diz Holzmann. O Chile cresce menos de 2% ao ano, afetado pelo desempenho da China – principal comprador de cobre do país andino.
Na campanha, Piñera prometeu reativar a economia e reduzir o tamanho do Estado – buscando atrair investimentos internacionais – assim como melhorar segurança pública, saúde, educação, transporte e qualidade de vida da população.
Outra garantia que dá é a de que vai separar a política dos negócios.
Piñera tem sido um dos críticos mais duros dos escândalos de corrupção que estremeceram o atual governo. Seus opositores o acusaram, no entanto, de conflito de interesses em diferentes ocasiões, o que ele nega.
“Em termos de conflito de interesse, Piñera sempre nos surpreende“, disse o deputado do Partido Comunista (PC), Daniel Núñez. Segundo ele, o ex-presidente teria criado uma lei de pesca após suas empresas terem investido no setor.
Agora, uma cena de 2010 vai se repetir: naquele ano, Bachelet passou a faixa para Sebastián Piñera. Quatro anos depois, em 2014, foi Piñera quem “devolveu” a faixa para Bachelet.
// BBC