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O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, propôs nesta terça-feira (3) a criação de um bônus de 100.000 pesos chilenos (cerca de R$ 520), que serão distribuídos para 1,3 milhão de famílias. O objetivo da medida, que deve ser aplicada uma única vez, é acalmar os efeitos da crise social que se estende por mais de seis semanas no país.
“Vamos enviar um projeto de lei para o Congresso que permite conceder o bônus”, declarou o presidente chileno em um evento público. “É um bônus que vai permitir um alívio, permitir uma ajuda”, completou o chefe de Estado.
A promessa foi feita um dia depois das equipes de Piñera anunciarem um plano de reativação da economia, da ordem de US$ 5,5 bilhões.
“Enfrentar a difícil situação exige a ação do Estado por meio de uma política fiscal expansiva para o ano de 2020”, afirmou o ministro chileno da Fazenda, Ignacio Briones, logo após o Banco Central ter informado a queda da atividade econômica de 3,4%, apenas em outubro. O índice é o pior registrado no país em uma década.
O plano de reativação prevê um apoio financeiro de US$ 1,95 bilhão apenas para as micro, pequenas e médias empresas, e de US$ 525 milhões para outras iniciativas, como a reconstrução do metrô de Santiago, gravemente atingido pelas manifestações iniciadas em 18 de outubro. O pacote de medidas deve “gerar 100 mil novos empregos no próximo anos”, avaliou Briones.
No entanto, boa parte da população considera tais medidas insuficientes. Em forma de protesto, na segunda-feira (2), após o anúncio do pacote, dezenas de jovens invadiram várias estações do metrô de Santiago aos gritos de “evadir, no pagar, outra forma de luchar!” (“burlar, não pagar, outra forma de lutar!”). Durante a noite, também aconteceram violentos saques e manifestações na cidade de Concepción, sul do país.
// RFI