Obama encerrou investigação contra Hezbollah para obter acordo nuclear com o Irã

Patrick Hamilton / G20 Australia

A administração do ex-presidente dos EUA Barack Obama encerrou a investigação ao contrabando de drogas pelo movimento Hezbollah, incluindo nos EUA, para que o Irã não rejeitasse o acordo nuclear.

Segundo o portal Politico, a administração Obama teria dado um “free pass” ao tráfico de droga e lavagem de dinheiro do Hezbollah – mesmo as que eram desenvolvidas em território norte-americano – para ajudar a garantir um acordo nuclear com o Irã.

O Projeto Cassandra, lançado em 2008 e que se tratava de uma elaborada campanha do Departamento de Combate às Drogas dos EUA, teria como alvo as atividades criminosas do grupo militante libanês.

O Projeto Cassandra foi lançado em 2008, depois de terem sido obtidas provas de que o grupo Hezbollah traficava drogas e armas, lavava dinheiro e outros crimes.

No entanto, a Administração Obama acabou financiando operações terroristas e militares, transformando a empresa criminosa, que conta já com 35 anos, em uma ameaça à segurança mundial.

“Isto se resumiu a uma decisão política”, denunciou David Asher, que trabalhou no Projeto Cassandra enquanto analista de finanças ilícitas no Departamento de Defesa. “Conseguiram destruir todo o esforço que levamos a cabo e que foi muito bem suportado e tinha muitos recursos”.

Segundo o Politico, quando os líderes do Projeto Cassandra receberam autorização para realizar investigações, processos judiciais, detenções, e sanções fiscais, os funcionários do Departamento de Justiça e do Tesouro adiaram, impediram, ou até mesmo rejeitaram seus pedidos.

A burocracia interrompeu os esforços do Projeto Cassandra de reduzir o número dos principais agentes do Hezbollah, incluindo um dos maiores traficantes de droga do mundo, que, inclusive, forneceu a Bashar Al-Assad armas químicas e convencionais, que teriam sido usadas contra seus cidadãos.

O nome de código da operação era “Fantasma“.

Antigos oficiais da Administração Obama disseram, sob anonimato, ao Politico que as decisões eram guiadas pelas melhorias nas relações com o Irã, bloqueando o programa de armas nucleares e libertando quatro prisioneiros americanos no país.

No entanto, Kevin Lewis, que trabalhou tanto na Casa Branca como no Departamento de Justiça durante a Administração Obama, contraria essa versão: “Houve um padrão consistente de ações tomadas contra o Hezbollah, através de duras sanções antes e depois do acordo com o Irã”.

David Asher disse ainda que “quanto mais perto chegávamos de um acordo com o Irã, mais depressa ‘desapareciam’ estas atividades”.

“O que restava – operações especiais, a aplicação da lei, ou as designações do Tesouro, assim como a capacidade, ou o pessoal designado para a missão – foi drenado quase até a última gota, pelo fim da administração Obama”, afirmou.

O grupo Hezbollah foi formado pela Guarda Revolucionária iraniana em 1982 para combater a invasão de Beirute por Israel.

Sob a liderança de Hassan Nasrallah, que assumiu o poder em 1992, após seu antecessor, Abbas Mussawi, ter sido morto num ataque aéreo israelense, o grupo passou a procurar implementar uma república islâmica de estilo iraniano no Líbano para se concentrar na luta contra Israel.

Ciberia // ZAP

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