Os três grupos independentistas votaram em Roger Torrent, da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), à frente do candidato do Cidadãos, o partido mais votado nas eleições.
O parlamento catalão elegeu nesta quarta-feira (17) Roger Torrent como presidente, com 65 votos dos três grupos independentistas, enquanto o candidato do Cidadãos, partido mais votado nas eleições regionais de dezembro, recebeu 56 votos.
A eleição do novo presidente do ‘parlament’ decorreu em segundo turno e contou com votos favoráveis dos independentistas, que totalizam 70 lugares – 34 dos JxCat (Juntos Pela Catalunha, direita separatista), 32 de ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e quatro da CUP (Candidatura de Unidade Popular, extrema-esquerda antissistema).
A votação teve ainda nove votos em branco.
Torrent foi eleito por maioria simples na segunda votação, depois de não ter alcançado a maioria absoluta necessária para ser escolhido na primeira, uma vez que não contou com os votos dos cinco deputados independentistas eleitos que se encontram na Bélgica refugiados da justiça espanhola – Carles Puigdemont (ex-chefe do governo catalão), Clara Ponsatí e Lluís Puig (JxCat) e Antoni Comín e Meritxell Serret (ERC).
Além disso, três deputados independentistas estão em prisão preventiva – Oriol Junqueras (ERC, anterior vice-presidente do executivo regional), Joaquim Forn e Jordi Sánchez (JxCat) -, mas puderam votar por procuração.
Roger Torrent, nascido em 1979 em Sarrià de Ter (Girona), cujo município ele lidera desde 2007 e que na última legislatura exerceu o cargo de porta-voz adjunto do Junts pel Sí no ‘parlament’, sucede assim na presidência da câmara catalã a Carme Forcadell, que na semana passada anunciou que não pretendia regressar ao cargo por estar envolvida em processos judiciais devido a declaração independentista da Catalunha.
Os deputados do Junts per Catalunya e da ERC colocaram laços amarelos na bancada no parlamento regional, em referência aos oito deputados ausentes, bem como na tribuna de convidados, recordando o presidente da organização do Òmniun Cultural, Jordi Cuixart, em prisão preventiva em Madrid há três meses.
Ciberia, Lusa // ZAP