As urnas abriram nesta quinta-feira (21) na Catalunha com uma grande participação de eleitores desde a abertura das seções. Eleições são importantíssimas para o futuro da região, imersa em um profundo debate entre partidários e contrários à independência.
Os centros de votação estarão abertos desde as 9h (6h em Brasília) e ficam abertos até as 20h (17h em Brasília) para que 5.554.395 catalães possam escolher os 135 deputados que compõem o parlamento regional entre um total de 38 candidaturas.
Segundo as pesquisas, espera-se uma participação em massa, superior a 80%, apesar das eleições serem realizadas em um dia de trabalho, algo que não acontecia na Espanha desde as eleições gerais de 1982.
Estas eleições têm um caráter excepcional, já que foram convocadas pelo governo espanhol após destituir o Executivo regional após a declaração ilegal de independência da Catalunha do passado 27 de outubro.
Além disso, os cabeças de lista dos dois principais partidos independentistas, o ex-presidente catalão Carles Puigdemont e seu ex-vice-presidente Oriol Junqueras, vivem este dia de maneira incomum.
Puigdemont fugiu para a Bélgica para não responder perante a justiça espanhola pelo seu envolvimento no processo separatista e não se registrou no consulado espanhol para poder votar no exterior, pelo que “cedeu” seu voto a uma jovem de 18 anos.
Junqueras votou pelo correio da prisão de Estremera, em Madri, onde se encontra desde o dia 2 de novembro, investigado por rebelião, sedição e desvio de fundos.
Esta é a quarta vez em sete anos que os catalães realizam eleições regionais, após as de 2010, 2012 e 2015, exemplo da instabilidade política vivida pela região, marcada pelo debate independentista dos últimos tempos.
Partidos unionistas tentam “roubar” maioria aos independentistas
As últimas pesquisas revelam um empate técnico entre os dois blocos sem que nenhum consiga a maioria, mas o aumento da taxa de participação e a transferência de votos dentro de cada bloco torna o resultado imprevisível.
O partido constitucionalista de direita liberal Cidadãos e os independentistas da Esquerda Republicana (ERC) parecem se destacar na luta pela vitória, apesar de estarem muito longe da maioria absoluta e obrigados a negociar coligações muito difíceis.
A campanha eleitoral foi caracterizada pela ausência de vários candidatos suspeitos de delitos de rebelião, sedição e peculato: alguns detidos preventivamente, como o vice-presidente do governo regional anterior, Oriol Junqueras, outros refugiados na Bélgica, como o ex-presidente do governo regional, Carles Puigdemont.
Puigdemont fez campanha eleitoral ao vivo por videoconferência apresentando-se como o presidente ainda em funções do executivo regional e como refugiado político em Bruxelas.
Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados num total de 135 no parlamento regional, o que permitiu a eles formar um governo que organizou um referendo de autodeterminação no dia 1º de outubro, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.
Ciberia // ZAP