A adolescente Ahed Tamimi, referência contra a ocupação de Israel nos territórios da Palestina, “se declarou culpada” da agressão a dois militares israelenses, após acordo com o Ministério Público para cumprir oito meses de prisão.
Segundo a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW), o acordo de Ahed Tamimi com o Ministério Público teria que ser ratificado pelo tribunal militar que julga a jovem de 16 anos.
A adolescente palestina é uma das habitantes de Nabi Saleh, localidade 20 quilômetros a nordeste de Ramallah, território da Cisjordânia ocupado por Israel, sob controle militar.
Com oito anos, começou a participar em manifestações contra as colônias israelenses e, três anos mais tarde, enfrentou os militares de Israel por causa da detenção do irmão, na época com 12 anos.
No caso da agressão, um vídeo mostra Ahed, afirmando que os militares israelenses teriam disparado uma bala de borracha que atingiu um primo e o deixou temporariamente em coma. No vídeo, ela discute, ao lado da prima Nur, de 20 anos, com dois soldados.
“A nossa força está nessas pedras”, disse Ahed, após confrontar os militares israelenses. A jovem foi acusada de agressão agravada a um militar israelense, de obstruir sua ação, de perturbação da ordem pública e de incitamento à violência.
Ahed já é conhecida como a “Malala da Palestina” ou a “Joana d’Arc palestina”. Várias organizações de defesa dos direitos humanos contestam o fato de as autoridades israelenses terem detido uma menor de idade.
A jovem já teve cartazes nos pontos de ônibus londrinos pedindo sua libertação e teve um documentário baseado na sua vida ser banido de Singapura.
A adolescente afirmou que seu sonho era se formar em Direito para conseguir ajudar os ativistas palestinos e contribuir, assim, para a criação de um Estado para o seu povo.
Ciberia // ZAP