Os micro-organismos do plâncton marinho se organizam em comunidades complexas, mas que duram pouco e mudam rapidamente, concluiu um estudo de cientistas da Universidade de Granada e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
O mar está repleto de micróbios, mas representa um meio muito hostil para esses organismos, pois tem uma baixa concentração de nutrientes e é muito mutável, em escalas distintas de espaço e de tempo, segundo informa a Universidade de Granada.
Perante essa situação adversa, os micro-organismos do plâncton, em vez de desenvolverem um modo de vida solitário, se coordenam entre si para formar comunidades biológicas complexas que funcionam como uma unidade, revelou o trabalho publicado na Nature Communications.
Um dos autores, Antonio Martín Platero, do departamento de microbiologia da Universidade de Granada, na Espanha, explica que “em cada gota d’água do mar vivem centenas de milhares de seres vivos invisíveis, os micro-organismos”.
Apesar da pequena dimensão, são responsáveis pelo bem-estar do planeta porque regulam vários processos, como o que é relacionado com os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
No mar, esses micro-organismos enfrentam um ambiente mutável e heterogêneo. Por isso, até agora, não se sabia até que ponto são capazes de se organizar e viver como uma comunidade, atuando em conjunto, ou se vivem e se desenvolvem de forma solitária ou em pequenos grupos.
No estudo agora divulgado, baseado na análise de amostras recolhidas na costa do Massachusetts, os cientistas demonstram que essa grande quantidade de micro-organismos forma comunidades complexas, mas bem definidas e submetidas a uma grande mutação, de modo que, em poucos dias, desaparecem as existentes e voltam a aparecer novas formadas por organismos distintos.
Segundo Antonio Martín Platero, os resultados “são de grande importância para compreender as redes tróficas, pois organismos de maior tamanho se encontram com numerosos grupos de micróbios, entre os quais poderia haver patogênicos ou outros que poderiam ser prejudiciais”.
Os cientistas falam sobre a necessidade de uma monitoração frequente nas águas costeiras recreativas, ou de atividades comerciais, para uma correta avaliação da exposição a potenciais perigos microbiológicos.
Ciberia // ZAP