Dormir em uma cama de chimpanzé pode trazer uma noite de sono mais limpa do que tirar uma soneca na sua própria cama. Segundo um novo estudo, há um menor número de corpos derivados de bactérias nas camas desses mamíferos do que nas dos humanos.
A pesquisa, publicada esta semana na revista da Royal Society Open Science, verificou a diversidade de bactérias encontrada nas camas de chimpanzés – também chamadas de ninhos – que são construídas em árvores todas as noites.
Os cientistas descobriram que os ninhos abrigavam menos diversidade de bactérias do que as camas humanas. No entanto, o estudo não revela o número total de bactérias.
“Sabemos que as casas dos humanos são efetivamente seus ecossistemas, e as camas humanas contêm um subconjunto dos tipos de organismos encontrados em casa”, explicou a coautora do estudo Megan Thoemmes. “Por exemplo, cerca de 35% das bactérias nas camas humanas vem do nosso próprio corpo, incluindo bactérias fecais, orais, e da pele.”
“Queríamos descobrir de que forma é que isso é comparado com alguns dos nossos parceiros de evolução mais próximos, os chimpanzés, que constroem suas camas diariamente.”
Ao retirar amostras de 41 ninhos de chimpanzés abandonados na Tanzânia, os biólogos conseguiram construir uma imagem da diversidade dos micro-organismos que viviam nas camas desses primatas.
Os cientistas descobriram que, enquanto a diversidade das bactérias que habita os ninhos era muito maior do que a encontrada nas camas humanas – o que não é surpreendente considerando que vivem em florestas – a proporção de micro-organismos que vem do corpo era muito menor.
Na verdade, os cientistas descobriram que apenas 3,5% das bactérias recolhidas dos ninhos era derivada da saliva, pele ou fezes dos chimpanzés.
Tendo em conta que os chimpanzés não são propriamente conhecidos por tomar banho regularmente, e, por isso, seria esperado que hospedassem mais bactérias fecais no seu pelo, a equipe esperava que a porcentagem fosse muito mais alta.
Os cientistas também descobriram que o número de parasitas – neste caso, carrapatos e pulgas – era muito mais baixo do que tinha sido previsto, com apenas quatro encontrados no estudo.
Ao que parece, nossos “familiares peludos” têm um sono muito mais limpo que nós, o que, quando temos em conta que dormimos no mesmo local a maioria das noites, pode não ser uma descoberta tão chocante assim.
Os chimpanzés, por outro lado, fazem um ninho novo todas as noites, para reduzir a acumulação de agentes patogênicos, mas também para tentarem reduzir a probabilidade de serem pegos pelos predadores.
O problema desse estudo é que ele se focou na diversidade das bactérias encontradas nos ninhos e de onde derivavam, em vez do número total. Os biólogos não informaram quantas bactérias (no total) estavam presentes nos ninhos de chimpanzés, em comparação com o número de bactérias nas nossas camas.
Ciberia // ZAP