A Coreia do Norte pediu a Seul que repatrie as 12 garçonetes que supostamente fugiram para o sul há dois anos, poucos dias depois de cancelar uma reunião intercoreana de alto nível, parte da retomada do diálogo entre os dois países.
O tema provoca polêmica: Pyongyang afirma que as mulheres foram sequestradas em um restaurante e Seul insiste que elas fugiram voluntariamente.
O gerente do restaurante afirmou em uma entrevista recente que mentiu às mulheres e que elas foram chantageadas para que o seguissem, acatando ordens da agência de espionagem sul-coreana.
O destino das mulheres pode colocar em perigo as relações entre os dois países, afirma um comunicado da Cruz Vermelha na Coreia do Norte, divulgado pela agência estatal de Pyongyang, KCNA.
“As autoridades sul-coreanas deveriam enviar nossas cidadãs com suas famílias, sem atrasos, e mostra assim a vontade de melhorar os vínculos entre o Norte e o Sul”, afirma a nota da Cruz Vermelha norte coreana.
O líder norte-coreano Kim Jong-un se reuniu com o presidente sul-coreano Moon Jae-in em uma cúpula histórica no mês passado, quando emitiram houve um acordo para que o norte-coreano abra mão do programa nuclear. Sul-coreanos e norte-coreanos buscam aproximação desde janeiro.
Na histórica reunião de cúpula de abril, na Zona Desmilitarizada de Panmunjom, que divide a península, Kim Jong Un e Moon Jae-in prometeram seguir com a desnuclearização e avançar para a paz.
Mas no dia 15 desse mês a Coreia do Norte suspendeu as negociações com a Coreia do Sul, expondo como motivo a realização de exercícios militares entre sul-coreanos e norte-americanos.
Paralelamente, Kim Jong-un informou que pode cancelar a reunião de cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o dia 12, em Cingapura. A informação foi divulgada hoje (15) pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
Segundo a agência de notícias KCNA, ações militares têm efeitos de provocações. “É um desafio flagrante à Declaração de Panmunjom e a uma provocação militar intencional que vai contra o desenvolvimento político positivo na Península Coreana”, diz a nota da agência oficial da Coreia do Norte.
Ciberia // RFI