A cidade de São Paulo, que está entre os centros urbanos que mais registram concentrações perigosas de poluentes, teve um grande alívio gerado pela paralisação dos caminhoneiros.
A capital paulista reduziu pela metade os índices de poluição na cidade de São Paulo, em duas estações – Ibirapuera (zona sul) e Cerqueira Cesar (região central) – do Sistema de Informações de Qualidade do Ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Os dados diários da Cetesb sobre poluição atmosférica na capital mostram que os índices de poluição aumentaram no início da greve, quando houve a liberação do rodízio. Mas, em seguida, quando o combustível começou a faltar e a circulação de veículos foi reduzida, houve forte queda.
Na tarde da segunda-feira (28), o sétimo dia da greve dos caminhoneiros, a qualidade do ar era considerada boa em todas as estações de medição e para todos os poluentes analisados, diz o relatório.
De acordo com Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), os dados da Cetesb registraram queda em todos os poluentes medidos durante a greve dos caminhoneiros, mas houve redução especialmente pronunciada de dois poluentes ligados diretamente às emissões veiculares: o monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio.
Para ele, o episódio da greve também deu outra lição à população: as pessoas são capazes de utilizar menos os veículos e isso tem efeito considerável na poluição. “Foi uma demonstração de que muitas pessoas poderiam aderir a um uso mais racional dos veículos”, afirma.
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