Um estudo recente, elaborado por pesquisadores das universidade de Exeter e Manchester, concluiu que ser sempre acompanhado pelo mesmo médico reduz a taxa de mortalidade.
Até agora, sabia-se que as pessoas que vão sempre ao mesmo médico são mais propensas a seguirem suas indicações, ter as vacinas em dia e irem menos vezes aos serviços de urgência. Esse novo estudo, publicado na quinta-feira na BMJ Open, mostra que há ainda uma relação com a taxa de mortalidade.
Denis Pereira Gray disse ao The Guardian que o artigo revela que “ainda há um lado muito humano na medicina que é muito importante e pode até ser uma questão de vida ou morte”, isto num momento em que a ênfase está nas máquinas e nas novas tecnologias.
A recente pequisa foi baseada em vários documentos científicos, assim como em outros estudos já publicados, que tinham dados relevantes no que diz respeito à taxa de mortalidade e ao número de pacientes que eram, de fato, acompanhados pelo mesmo médico.
De acordo com o Público, foram analisados 22 estudos publicados depois de 2010, britânicos, mas também do Canadá, Estados Unidos, Croácia, Holanda, França, Israel, Taiwan e Coreia do Sul.
A equipe descobriu que 18 dos estudos mostraram uma ligação entre o aumento da continuidade dos cuidados médicos e a redução das taxas de mortalidade. Um paciente de cirurgia colorretal, por exemplo, tinha o dobro do risco de morrer dentro de um ano se tivesse um cirurgião diferente do que se fosse tratado pelo mesmo.
Os dados analisados mostram assim que existe mesmo uma redução da taxa de mortalidade das pessoas que eram acompanhadas sempre pelo mesmo profissional de saúde, independente de se tratar de médicos generalistas ou especialistas.
O pesquisador afirma que o estudo apoia trabalhos anteriores, que sugerem: a continuidade dos cuidados médicos pelo mesmo profissional significa que os pacientes se sentem mais à vontade para discutir problemas com o seu médico, permitindo assim que o profissional acumule conhecimento sobre o doente em questão.
Além disso, Gray conclui ainda que os pesquisadores acreditam mesmo “que se trata de um efeito humano transversal à medicina“.
Ciberia // ZAP