Desde 2008, a lei exige que as escolas brasileiras incluam em seu currículo a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. O cumprimento da norma, no entanto, ainda é um entrave, visto que há poucos professores realmente preparados para abordar o assunto.
Em muitos casos, os docentes apenas repetem conteúdos sobre os quais já ouviram, se tornando intermediários de um discurso que, por vezes, é repleto de estereótipos. No entanto, seria interessante se, ao invés disso, crianças e adolescentes pudessem estudar sobre a cultura indígena através de livros escritos por pessoas das próprias etnias.
Daniel Munduruku é um destes autores que despontam na literatura infantojuvenil. Nascido em Belém do Pará, na etnia Munduruku, ele acaba de receber o prêmio “Vida e Obra”, na categoria Letras: Literatura Infantojuvenil, da Fundação Bunge.
A premiação existe desde 1955 e já consagrou nomes como Jorge Amado e Hilda Hist. Daniel é o mais recente agraciado com o prêmio, no valor de R$ 150 mil.
Este não é o único título acumulado por ele: formado em filosofia e com doutorado e pós-doutorado em educação, Daniel é autor de mais de 50 livros que retratam a cultura indígena, tendo recebido também os prêmios Jabuti, em 2017, e Tolerância.
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