Cientistas norte-americanos divulgaram um estudo que revela o mistério da cor dos olhos dos Huskey siberianos: o segredo pode estar no cromossomo 18.
O primeiro contato que temos com uma pessoa são os olhos, e quando são azuis tendem a chamar mais nossa atenção. É o caso dos olhos azuis dos Husky siberianos, que são uma característica muito particular dessa raça, que muito dificilmente se encontra em outra.
Os cientistas Adam Broyke e Aaron Sams desenvolveram recentemente um estudo, publicado na revista PLOS Genetics, no qual conseguiram identificar várias características genéticas capazes de explicar a predominância dessa cor nos olhos desses animais.
No caso da pesquisa, destaca o El Mundo, o papel da internet foi crucial, na medida em que os cientistas conseguiram consultar e confirmar as características genéticas de vários cães. Tudo pelo fato de os donos terem disponibilizados imagens dos animais online.
“Milhares de utilizadores ofereceram de bom grado a informação e tivemos a possibilidade de complementar nossas pesquisas com mais informação e descobrir novas associações genéticas. O estudo ficou mais completo graças à internet”, adiantou Adam Broyke.
Dessa forma, os pesquisadores norte-americanos recolheram informações relativas a um total de 6 mil cães, apesar de só terem usado 3 mil para analisar aprofundadamente e servirem de objeto de estudo.
O estudo tem causado alvoroço entre a comunidade científica, dado que põe em jogo o estudo das características genéticas de milhares de cães. Isso permitiria mapear os antecedentes da raça e entender melhor seu genoma, em particular como se manifestam as características que dão a tonalidade azul aos olhos dos Husky.
“Termos examinado as características de três mil cães do banco de dados, revelou que a resposta se encontra na existência de uma duplicação do cromossomo 18”, afirmou Boyke.
“No nosso estudo propomos que é devido à duplicação que ocorre em uma região reguladora, que pode resultar no manifestar de características, como os olhos azuis. O aumento da expressão do gene ALX4, leva a uma redução da melanina na íris”, conclui o pesquisador.
Até o momento, a duplicação genômica como uma justificativa para a cor azul dos olhos desses cães foi apenas validada em casos caninos. “Seria interessante ver se existem mutações semelhantes em humanos.”
Como essa não é uma das regiões do genoma humano que tem sido associada à cor dos olhos, não é claro se é uma área do genoma que é negligenciada ou se os cães têm mesmo uma característica única. No entanto, os cientistas destacam que essa não seria a primeira vez que o cão como objeto de estudo revelaria dados genéticos humanos.
Ciberia // ZAP