Um grupo internacional de cientistas descobriu uma nova estrela cuja luminosidade varia de forma misteriosa. Uma das teorias é que possa estar rodeada de uma possível megaestrutura extraterrestre que ofusca a luz de tempos e tempos.
Batizada de VVV-WIT-07, a nova estrela foi detectada na análise de dados do programa VISTA Variables, que estuda a área central da Via Láctea, através de um telescópio situado no Deserto de Atacama, no Chile.
Os cientistas procuravam supernovas e estrelas que se iluminam subitamente, à medida que explodem, como explicam no portal científico arXiv.org, que fala da descoberta.
As observações da VVV-WIT-07, no período entre 2010 e 2018, revelam que seu brilho aumenta e diminui sem um padrão pré-determinado, chegando a ofuscar sua luminosidade em 80%. “Não sabemos que tipo de objeto é“, assume o astrônomo Roberto Saito, da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, em declarações ao Science News.
Os cientistas admitem que pode ser algum tipo de destroço que orbita em torno dela que bloqueia a luz. Mas também há uma teoria que aponta para a existência de uma potencial megaestrutura extraterrestre, girando em torno dela, bloqueando a luz de tempos em tempos.
Só mais observações poderão desfazer o mistério. Mas em 2018, uma pesquisa em torno da estrela Tabby (KIC 8462852), a estrela inexplicável que tem um comportamento semelhante ao da VVV-WIT-07, concluiu que as mudanças de luminosidade se devem a partículas de pó, que bloqueiam as ondas de luz.
Durante meses, a Tabby alimentou o imaginário de astrônomos e cientistas das mais variadas áreas, que procuraram explicações para a misteriosa “megaestrutura alienígena” que cercava a estrela.
A astrônoma Tabetha Boyajian, da Universidade do Estado do Louisiana, refere ao Science News que se o fenômeno que se verifica com a VVV-WIT-07 “é o mesmo que ocorre com a estrela Tabby, então não podemos invocar uma explicação elaborada para o que acontece em ambos os sistemas”.
“Se começarmos a ver estrelas semelhantes a esta em todo o lado, então tem que ser uma coisa bastante comum que acontece na natureza” e isso “é muito legal”, diz a astrônoma.
Há ainda outra estrela similar, a J1407, descoberta em 2012, pelo astrônomo Eric Mamajek, da Universidade de Rochester em Nova York. A estrela é ainda mais parecida com a VVV-WIT-07, obscurecendo em cerca de 95%, e acredita-se que abriga um planeta na sua órbita, com um sistema de anéis que a eclipsa de tempos em tempos.
O mistério prossegue, assim, em torno da nova estrela detectada. E, nesta altura, a localização da VVV-WIT-07 não permite traçar sua distância em relação à Terra, nem sequer o tipo de estrela que é, pelo que “está praticamente tudo em cima da mesa“, refere Boyajian. “São precisos mais dados” para tirar todas as dúvidas.
Ciberia // ZAP
o planeta gasta mais dinheiro com o céu do que com alimento para a terra