O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou fechamento do escritório da gigante estatal petroleira PDVSA em Lisboa e transferência dele para Moscou, afirmou nesta sexta-feira (1º) a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, durante visita à capital russa.
“O presidente Nicolás Maduro instruiu que o escritório de Petróleos da Venezuela [PDVSA] na Europa, que se encontra em Lisboa, seja mudado e transferido para Moscou para consolidar nossa cooperação”, disse Rodríguez durante a coletiva de imprensa junto com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
“A Europa não nos dá garantias necessárias, já que o mundo capitalista viola as próprias leis. Eles não são capazes de garantir a segurança de nossos ativos”, indicou a vice-presidente.
No início de fevereiro, o Novo Banco de Portugal suspendeu transferência de verbas do governo venezuelano para bancos no Uruguai. No dia 28 de janeiro, Washington sancionou a petroleira venezuelana PDVSA, bloqueando US$ 7 bilhões em ativos da empresa. Além disso, segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, outros US$ 11 bilhões devem constituir as rendas perdidas nas exportações da empresa em 2019.
Em 2018, após as eleições presidenciais na Venezuela, a União Europeia sancionou vários funcionários venezuelanos por alegadas “violações de direitos humanos”. Com o agravamento da situação no país sul-americano, a UE não descartou a possibilidade de novas sanções contra as autoridades de Caracas.
Maduro retira oito toneladas de ouro do Banco Central
O Governo do Presidente venezuelano está retirando toneladas de ouro dos cofres do Banco Central do país, numa tentativa de obter dinheiro vivo e conseguir contornar as sanções impostas pelos EUA e outros países.
Pelo menos oito toneladas de ouro terão sido retiradas e transportadas em veículos governamentais, entre quarta e sexta-feira da semana passada. A informação, divulgada pela agência Reuters, foi confirmada por um deputado da oposição, Angel Alvarado, e por três fontes do Governo. “O plano é vender o ouro no estrangeiro de forma ilegal”, acusa o deputado.
A notícia surge cerca de um mês depois de a agência Bloomberg ter noticiado que o regime venezuelano tentou fazer regressar ao país cerca de 31 toneladas de ouro — no valor de mais de mil milhões de euros — que tem no Banco de Inglaterra.
O pedido acabou por ser negado, depois de vários representantes norte-americanos terem contatado os responsáveis britânicos e pedido ajuda na tentativa de isolar economicamente o regime de Maduro, como forma de pressão política.
A Bloomberg denunciou ainda que a Venezuela vendeu milhões de dólares em ouro em 2018 a uma misteriosa empresa turca, que acabou por parar os negócios com Caracas depois da ordem executiva assinada pelo Presidente norte-americano impondo sanções internacionais à compra de ouro na Venezuela.
O ouro é, há anos, uma fonte de riqueza crucial para o regime chavista, tendo Maduro começado a vender mais recentemente parte das reservas de ouro do país para conseguir fundos e contornar as sanções.
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